Por Humeyra Pamuk e Andrew Osborn
WASHINGTON/MOSCOU (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu nesta terça-feira ao presidente russo, Vladimir Putin, a redução das tensões provocadas pela intensificação da presença militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia e propôs uma conferência entre os líderes afastados para resolver disputas.
A Casa Branca e o Kremlin reportaram apenas a segunda conversa entre as duas potências desde a chegada de Biden ao poder em janeiro, após autoridades ocidentais exigirem que Moscou encerre a movimentação de tropas, enquanto a Rússia, em palavras que lembram a Guerra Fria, disse que seu "adversário" deveria manter os navios de guerra dos EUA bem longe da região da Crimeia.
A Rússia tomou a Crimeia da Ucrânia em 2014 e os conflitos intensificaram nas últimas semanas no leste da Ucrânia, onde as forças do governo lutam contra separatistas apoiados pela Rússia em um conflito que já dura sete anos e que já fez 14 mil vítimas fatais, segundo o governo de Kiev.
Em um sinal de preocupação com a possibilidade das tensões saírem do controle na crise ucraniana, Biden telefonou para Putin para propor um encontro em um terceiro país e ressaltou o compromisso dos EUA com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia.
"O presidente Biden também deixou claro que os Estados Unidos irão agir com firmeza na defesa de seus interesses naturais em resposta às ações da Rússia, como intrusões cibernéticas e interferências eleitorais", anunciou a Casa Branca em nota.
"O presidente expressou as preocupações com a repentina movimentação militar russa na Crimeia ocupada e nas fronteiras com a Ucrânia, e pediu que a Rússia diminuísse as tensões."
Na primeira descrição russa das atividades militares, o ministro da Defesa russo, Sergei Shogu, disse posteriormente na terça-feira que Moscou havia movido dois exércitos e três unidades de paraquedistas para a fronteira oeste como parte de um grande exercício com o objetivo de testar a prontidão de combate e responder ao que chamou de ação militar ameaçadora da Otan.
A Rússia acusa regularmente a Otan de desestabilizar a Europa com reforços de tropas nos países Bálticos e na Polônia desde a anexação da Crimeia.