Pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios mostra que 33% dos pequenos negócios indicaram a falta de clientes como a principal dificuldade da empresa, em julho. O levantamento foi realizado pelo Sebrae com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Eis a íntegra (1 MB).
O presidente do Sebrae, Décio Lima, atribuiu o resultado ao nível de endividamento das famílias, o que estaria reprimindo o consumo. “Acreditamos que o programa Desenrola, do governo federal, deve reativar a disposição dos brasileiros de voltarem a comprar, reaquecendo a economia”, completou.
Outros 32% disseram que o maior problema é o aumento dos custos, como preço das mercadorias, combustíveis, aluguel e energia. Apesar desse cenário, o Sebrae afirma que os pequenos negócios têm resistido em repassar o aumento para os clientes.
Segundo a pesquisa, 68% dos entrevistados relataram que a empresa teve aumento dos custos nos últimos 30 dias. Em julho, 51% dos micro e pequenos empresários mantiveram os preços de seus produtos e serviços, enquanto só 8% passaram adiante, na integralidade, o aumento das despesas para seus clientes.
Leia o ranking de desafios listados pelos micro e pequenos empreendedores:
- falta de clientes: 33%;
- aumento de custos: 32%;
- dívidas com empréstimos: 10%;
- dívidas com impostos: 6%;
- dívidas com fornecedores: 3%;
- funcionários afastados com problemas de saúde: 1%;
- outros: 16%.
A pesquisa mostrou também que 31% dos pequenos negócios tiveram alta em seu faturamento, enquanto 37% afirmaram que diminuiu.
Segundo o levantamento, 25% dos micro e pequenos empreendedores estão com dívidas em atraso. O resultado indica uma tendência de queda, iniciada em janeiro. Apesar desse cenário, a pesquisa mostrou que para 56% dos pequenos negócios, as dívidas representam 30% ou mais dos custos mensais da empresa.
A pesquisa foi realizada de 25 a 31 de julho de 2023. Foram entrevistados, via formulário online, 5.789 empresários de todos 26 Estados e Distrito Federal, dos quais 61% são MEI (microempreendedor individual), 34% ME (microempresa) e 6% EPP (empresa de pequeno porte). A margem de erro é de 1 p.p., com intervalo de confiança de 95%.