Fique por dentro das principais notícias do mercado desta sexta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 15.08.2025, 09:02
© Reuters.

Investing.com – Os índices futuros das ações dos EUA registraram leve alta nesta sexta-feira, mesmo após dados de inflação ao produtor elevados na sessão anterior, enquanto investidores aguardam uma reunião decisiva entre os líderes de EUA e Rússia para discutir um possível cessar-fogo na Ucrânia.

No cenário internacional, o Japão apresentou crescimento acima das expectativas no segundo trimestre, e as ações da UnitedHealth avançaram fortemente após receberem o aval da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett.

No Brasil, os investidores repercutem uma nova leva de resultados corporativos do segundo trimestre, com destaque para o balanço do Banco do Brasil.

1. Encontro Trump–Putin em foco

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, têm encontro marcado para esta sexta-feira no Alasca, com objetivo de buscar alternativas para encerrar a guerra na Ucrânia. Será a primeira reunião presencial entre os dois desde o retorno de Trump à Casa Branca.

O conflito, que já ultrapassa três anos, provocou desorganização significativa nas cadeias globais de suprimento, pressionando os preços das commodities e trazendo impactos econômicos relevantes.

No início da semana, Trump advertiu que haverá “consequências severas” caso Putin não concorde com a paz na Ucrânia, mas indicou que o diálogo pode servir como preparativo para uma cúpula trilateral envolvendo o presidente ucraniano Volodimir Zelenski, que não participará deste encontro.

Na véspera, Trump afirmou acreditar que Putin estaria disposto a firmar um acordo e mencionou a possibilidade de transferências territoriais como parte de uma solução negociada.

Putin, por sua vez, deve insistir em obter controle total sobre a região industrial de Donbas, além das áreas ucranianas de Kherson e Zaporizhzhia, condições difíceis de serem aceitas por Kiev.

Na quarta-feira, uma teleconferência entre Ucrânia e aliados europeus reduziu preocupações sobre um eventual acordo bilateral que pressionasse Kiev a ceder territórios. Segundo participantes, Trump concordou que a Ucrânia deve estar presente em qualquer negociação que envolva cessões de soberania.

2. Futuros dos EUA em leve alta

Os futuros das bolsas norte-americanas avançavam nesta sexta-feira, embora o ritmo tenha perdido força no encerramento de uma semana positiva, após a divulgação de números de inflação mais elevados.

Às 7 h de Brasília, o contrato futuro do S&P 500 subia 355 pontos (+0,8%), o do Nasdaq 100 ganhava 17 pontos (+0,3%) e o do Dow Jones avançava 24 pontos (+0,1%).

Na véspera, o S&P 500 renovou recorde de fechamento, enquanto o Nasdaq Composite e o Dow Jones Industrial Average encerraram em queda.

Os dados de preços ao produtor em julho superaram as estimativas, sugerindo que a política tarifária ampla do governo Trump segue pressionando a inflação ao longo da cadeia.

As projeções apontam para mais de 90% de probabilidade de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros na reunião de setembro do Federal Reserve. Já as apostas em um corte mais agressivo, de 50 pontos-base, foram praticamente abandonadas.

Mesmo assim, balanços corporativos positivos sustentaram ganhos semanais de 1,7% para o Dow, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq acumulavam alta próxima de 1,2% cada.

Os investidores aguardam, ainda nesta sessão, os dados de vendas no varejo de julho para avaliar se há sinais de desaceleração no consumo.

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3. Economia japonesa supera projeções

O PIB do Japão avançou acima das previsões no segundo trimestre, sustentado pela resiliência das exportações diante das novas tarifas impostas pelos EUA.

Entre abril e junho, a economia japonesa cresceu 1% em relação ao mesmo período de 2024, superando o avanço de 0,6% do primeiro trimestre e as expectativas de 0,4%, segundo dados divulgados pelo Gabinete nesta sexta-feira.

A leitura trimestral apontou alta de 0,3%, acima da previsão de 0,1%. Com isso, o país registrou o quinto trimestre consecutivo de crescimento, após revisão que transformou uma contração anterior em expansão.

As montadoras, principais exportadoras do Japão, compensaram o custo adicional das tarifas reduzindo preços para preservar a atividade fabril doméstica, o que ajudou a evitar queda mais acentuada nas vendas externas.

Ainda assim, manter esse ritmo poderá ser desafiador diante das incertezas globais alimentadas pela política comercial dos EUA, sobretudo se as fabricantes encontrarem dificuldades para sustentar preços competitivos no mercado americano.

4. Mercado de petróleo atento ao encontro no Alasca

As cotações do petróleo recuavam levemente nesta sexta-feira, em meio à cautela dos agentes quanto ao impacto da reunião entre Trump e Putin na oferta global.

No momento da redação, o Brent para entrega futura caía 0,6%, a US$ 66,44 por barril, enquanto o WTI recuava 0,6%, a US$ 63,54.

Apesar da alta de quase 2% registrada na quinta-feira, ambos os contratos caminhavam para encerrar a semana próximos da estabilidade.

O mercado acompanha de perto o encontro no Alasca, no qual um possível cessar-fogo na Ucrânia será pauta central. A continuidade do conflito tende a sustentar os preços do petróleo, uma vez que limita o fluxo de exportações da Rússia.

5. Banco do Brasil divulga resultados abaixo do esperado

O Banco do Brasil reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no 2º trimestre de 2025, uma queda expressiva de 60% em relação ao ano anterior e 25% abaixo do consenso, com retorno sobre o patrimônio (ROE) reduzido para 8,4%, devido a provisões elevadas, sobretudo no crédito agro e para pequenas e médias empresas.

O guidance anual do banco foi revisado para R$ 21–25 bilhões, bem abaixo da projeção anterior e do mercado, e o payout de dividendos caiu para 30%, diminuindo o apelo para investidores de renda.

Apesar do P/L baixo e do retorno com dividendos ainda elevado, as previsões de retração no lucro e na receita para 2025 mantêm elevado o risco de revisões negativas e volatilidade, com a reação do mercado dependendo do tom da teleconferência de resultados e das perspectivas para provisões e qualidade da carteira.

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