🍎 🍕 Menos maçãs, mais pizza 🤔 Já viu recentemente a carteira de Warren Buffett?Veja mais

ENTREVISTA: 'Precisamos de resposta mais política que econômica'

Publicado 01.07.2021, 10:00
Atualizado 01.07.2021, 13:10
© Reuters.  'Precisamos de resposta mais política que econômica'

O pior momento para o mercado de trabalho já passou. Essa é a opinião de Hélio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, apesar de a taxa de desemprego ter chegado a 14,7% no trimestre encerrado em abril - 0,5 ponto porcentual acima do período encerrado em janeiro -, o número de pessoas empregadas teve uma estabilidade. O que aumentou foi a força de trabalho e o número de pessoas em busca de uma vaga, o que impactou a taxa de desemprego.

Para o economista, nem mesmo o crescimento da economia mais robusto esperado para este ano será suficiente para que a taxa de desemprego volte aos níveis pré-pandemia. Para acelerar a geração de vagas, Zylberstajn afirma que são necessárias regulações e reformas para estimular o investimento em infraestrutura, para o País voltar a ter uma retomada contínua. "Mas precisamos de uma resposta mais política do que econômica para retomar os empregos." Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista.

Como o sr. observou o resultado do emprego divulgado pelo IBGE?

O emprego no Brasil está estagnado, o que não é bom, mas é melhor do que se estivesse caindo. Não houve neste último trimestre nem grandes reduções e nem grandes perdas no mercado de trabalho. Em todas as categorias, houve variações dentro de uma margem de erro e também houve uma estabilização no número de empregos. As empresas não querem demitir, pois, se vier uma retomada econômica, elas vão ter de recontratar e treinar novos funcionários. Isso custa caro. Mas a força de trabalho teve um aumento de 400 mil pessoas, então impactou no resultado (da taxa de desemprego).

Há economistas que apontam uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 5% em 2021. Podemos esperar resultados melhores do emprego em 2021?

Um crescimento de 5% a 6% neste ano será positivo e vai gerar empregos, mas ainda longe dos patamares de antes da pandemia. Só conseguiremos retomar esses números com investimentos. E isso depende de o Congresso e o governo trabalharem para assegurar reformas e regulações eficientes e que sejam respeitadas. Mas, para crescer, precisamos de uma resposta mais política do que econômica.

É possível acelerar o processo de geração de vagas?

Só vamos fazer isso com políticas que favoreçam, principalmente, o investimento em infraestrutura. É um investimento que tem um efeito multiplicador grande e é um setor que consegue absorver as pessoas de menor qualificação. O Estado sempre foi o grande investidor em infraestrutura, mas agora o País está quebrado. A nossa esperança é que os capitais privados venham em grande volume para a infraestrutura e estamos vendo isso acontecer, mas ainda é preciso mais. Não vamos conseguir ocupar todo mundo em um curto espaço de tempo.

É necessário, então, continuar com o auxílio emergencial?

Sim, pois vamos precisar continuar dando assistência a essas pessoas. A sociedade percebeu isso. Só por meio do mercado e do crescimento econômico não vamos conseguir dar apoio a toda essa população. Em algum momento, as pessoas vão ser absorvidas no mercado, mesmo aquelas sem tanta qualificação, pois há oportunidades na construção civil. Mas, antes, precisamos voltar a crescer.

Como avalia a resposta do governo para manter empregos?

Os programas de manutenção do emprego e renda estão fazendo a diferença. Temos ainda 2,2 milhões de pessoas na CLT e com estabilidade por causa dos acordos do fim de 2020. Na minha estimativa, essa política ajudou a manter 12 milhões de empregos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.