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ENTREVISTA-Com foco no setor elétrico, Tabocas dobra time e defende busca privada por vacina

Publicado 02.02.2021, 17:08
Atualizado 02.02.2021, 17:10
© Reuters. Linhas de transmissão de energia na região de Brasília (DF)

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - Enquanto muitas empresas fechavam as portas ou demitiam em meio à pandemia de coronavírus, a construtora especializada em linhas de transmissão de energia Tabocas mais que dobrou de tamanho em 2020, ao aproveitar um bom momento dessa indústria após anos de significativas licitações de projetos do setor pelo governo.

Mas a expansão não deixou de enfrentar desafios ligados à Covid-19, como quarentenas decretadas por prefeituras e governadores ameaçando parar obras e riscos de infecção de trabalhadores, que inclusive levaram a empresa a se envolver em uma iniciativa do setor privado brasileiro em busca de vacinas.

"O país estava parando e nós realmente crescendo. Começamos o ano com 4 mil funcionários e terminamos com 10 mil, mais que dobramos. E isso seguindo todos protocolos --testando todo mundo, particularmente. Porque esquece teste de prefeitura, governo. Tivemos que investir milhões de reais em testes, protocolos", disse à Reuters o sócio-diretor Flávio Resende.

O faturamento cresceu quase na mesma proporção da equipe, para 1,1 bilhão de reais em 2020, contra 600 milhões em 2019, apoiado em contratos assinados anteriormente.

"A Covid começou a apertar em março, abril, e já estávamos em fase de mobilização para grandes obras. Então nós tivemos que reaprender a trabalhar", comentou Resende, em entrevista.

"Somos uma empresa com mão de obra intensiva em nossa atividade, então tivemos que adaptar tudo --cantina, transporte, alojamento, maneira de contratar, colocar equipe de quarentena antes de entrar no canteiro. E isso para milhares de pessoas."

Custos extras foram contabilizados em separado e levados aos clientes para renegociações, acrescentou o diretor, o que sinaliza algum aperto da Covid sobre ganhos esperados por empresas de transmissão de energia em seus projetos.

"Hoje cada obra tem uma conta, que chama 'Conta-Covid', e essa conta é apresentada aos clientes. Os clientes estão absorvendo a grande maioria disso, não afeta nosso resultado. Mas o que mais afeta eu diria que é o lado psicológico... nos trouxe muito transtorno durante o ano", disse Resende.

Para as transmissoras, que contratam as obras, o impacto depende de cada projeto, e são mais prejudicadas as que previam alguma antecipação de cronograma que não será possível ou acabará menor do que se esperava, explicou ele.

Em geral, no entanto, a Covid não atrasará projetos de transmissão em relação ao cronograma original, uma vez que as obras puderam seguir depois de serem consideradas essenciais.

VACINAS

Com cerca de 4 bilhões de reais em contratos a serem cumpridos até 2024, a Tabocas tentou aderir a uma coalizão da indústria que buscava negociar a compra de vacinas no exterior para uso no setor privado no Brasil, disse Resende.

O movimento acabou frustrado pela repercussão negativa, e farmacêuticas e empresas depois negaram envolvimento no esforço.

"Agora parece que isso não vai andar, jogaram isso na lama. Mas a luta está lá (continua)", afirmou o executivo.

"Gostaria que o governo liberasse a compra da vacina por instituições privadas. Falam 'ah, você quer furar fila'. De forma nenhuma, quero vacinar meus funcionários e os familiares deles, quero ajudar o governo a cumprir uma meta, de imunizar a população", argumentou.

O diretor disse que o quadro da Tabocas tem muitos jovens, para quem a vacina levaria um bom tempo no programa do governo.

"Quero manter minha força de trabalho operando. Os mais pobres, necessitados, o governo está atendendo. Agora, deixa a empresa particular trabalhar... e outra, estaríamos doando metade dessas doses para o SUS", acrescentou.

NOVO SÓCIO EM ESPERA

A Tabocas chegou a iniciar no final de 2019 a busca por um possível novo sócio estratégico ou financeiro, contratando assessoria da XP, mas o movimento acabou atropelado pela Covid.

© Reuters. Linhas de transmissão de energia na região de Brasília (DF)

"A coisa até deu uma esquentada. O problema é que realmente, com a pandemia, esses assuntos saíram do radar", disse Resende.

"Vemos com bons olhos a entrada de algum sócio investidor, parceiro, mas agora não estou correndo atrás. A XP não é mais mandatária, hoje diria que não temos mandato com ninguém. Mas a ideia não morreu", explicou.

O diretor também disse que a Tabocas segue avaliando uma possível diversificação que poderia envolver a expansão para atuação em óleo e gás, mas ainda sem uma decisão nesse sentido, até pela falta de movimentação nessa indústria ao longo de 2020.

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