Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - Os secretários do Tesouro dos Estados Unidos têm sido confrontados nas últimas duas décadas em relação ao resgate financeiro de outros países, o resgate do sistema bancário dos Estados Unidos e uma guerra comercial.
Mas quem quer que Joe Biden escolha pode enfrentar uma agenda de profundidade e amplitude históricas, lutando contra crises enquanto persegue as metas elevadas que o presidente eleito estabeleceu durante sua campanha. A escolha para o Tesouro de Biden terá que lidar com uma recessão e desemprego, além de servir como ponto de apoio para lidar com a desigualdade de riqueza, as mudanças climáticas e outras questões.
Os nomes que surgiram até agora já falaram ou escreveram sobre essas questões e têm ampla experiência ou no Tesouro ou no Federal Reserve, ou em ambos. Talvez de forma tão significativa, cada um ultrapassou limites institucionais durante sua carreira.
Os candidatos incluem a ex-chair do Fed, Janet Yellen, que aprofundou o foco do Fed nos trabalhadores e na desigualdade, e permaneceu ativa em debates políticos no instituto de pesquisa da Brookings Institution depois que o presidente Donald Trump a substituiu como chefe do banco central dos EUA.
A atual membro da diretoria do Fed, Lael Brainard, foi subsecretária do Tesouro para assuntos internacionais durante os anos críticos em que o governo Obama enfrentou crises financeiras globais e da zona do euro. Sua experiência pode ser um trunfo particular se o próximo secretário precisar ter foco em reiniciar iniciativas globais, como esperam alguns ex-funcionários.
Sarah Bloom Raskin trabalhou como membro da diretoria do Fed e secretária adjunta do Tesouro, a única mulher até agora a ocupar a função de segunda no comando do órgão. Advogada e ex-reguladora financeira estadual em Maryland, ela trabalhou na área financeira e hoje atua como diretora da Vanguard, gigante de investimentos com 6 trilhões de dólares em ativos sob gestão. Ela ajudou a redigir um memorando recente para a equipe de Biden sobre como a regulamentação financeira poderia ser usada para moldar a política climática.
O presidente Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, o primeiro presidente regional negro do Fed, foi secretário assistente do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano durante o primeiro governo Obama e escreveu um artigo influente este ano sobre por que os EUA precisam lidar com a desigualdade de riqueza e renda racial.