Por Abdul Qadir Sediqi
CABUL (Reuters) - O grupo extremista Estado Islâmico assumiu neste domingo a responsabilidade por um ataque suicida a bomba durante uma festa de casamento no Afeganistão que matou 63 pessoas, mostrando os perigos que o país enfrenta mesmo se o Taliban vier a firmar um acordo com os Estados Unidos.
O atentado de sábado à noite se dá no momento em que o Taliban e os EUA tentam negociar um acordo sobre a retirada das forças norte-americanas em troca do compromisso do grupo em relação à segurança e a um diálogo de paz com o governo afegão apoiado pelos EUA.
Os combatentes do Estado Islâmico, que apareceram no Afeganistão pela primeira vez em 2014 e desde então fizeram incursões no leste e no norte, não estão envolvidos nas negociações. Eles combatem o governo, as forças lideradas pelos EUA e o Taliban.
O grupo, numa mensagem online, assumiu a responsabilidade pelo ataque num salão de festas numa área da minoria xiita em Cabul, dizendo que o responsável pelo atentado suicida havia se infiltrado na festa e detonado os explosivos no meio dos “infiéis”.
O Estado Islâmico assumiu alguns dos mais violentos ataque no Afeganistão nos últimos anos.
O Taliban havia antes negado ter sido responsável pelo atentado e o condenou.
Mais de 180 pessoas ficaram feridas, entre elas crianças e mulheres, disse o Ministério do Interior neste domingo, quando as famílias ocuparam os cemitérios de Cabul.
“Queremos paz e não ataques suicidas brutais”, disse Ahmad Khan, que enterrava um parente.
Os noivos sobreviveram.
"Eu não vou esquecer isso. Não importa o quanto eu tente”, disse o noivo, Mirwais Elmi, a um canal de notícias. Ele disse ter perdido um primo e amigos.
"Eu não posso ir aos funerais. Me sinto muito fraco. Eu sei que esse não vai ser o úlitmo sofrimento para os afegãos. O sofrimento vai continuar.”
O pai da noiva disse que 14 membros da sua família foram mortos.