BRASÍLIA (Reuters) - Os juros médios cobrados em financiamentos no país caíram a 36,9% ao ano em setembro, redução de 1 ponto sobre agosto, atingindo a taxa mais baixa observada no ano, divulgou o Banco Central nesta sexta-feira.
Os dados dizem respeito ao segmento de recursos livres, em que as taxas são livremente definidas pelas instituições financeiras.
Apesar do barateamento, a taxa ainda é mais alta que o patamar de 35,6% ao ano observado em dezembro de 2018.
Na prática, isso significa que apesar de a Selic já ter caído 1 ponto de lá para cá, chegando à mínima histórica de 5,5% ao ano no mês passado, os juros cobrados aos consumidores no país seguem em patamares elevados.
Em setembro, o spread, que mede a que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, teve um recuo de 0,8 ponto no segmento de recursos livres, a 30,8 pontos percentuais.
Já a inadimplência no mesmo segmentou ficou estável em 3,9% no mês.
ALTA DO CRÉDITO
O estoque total de crédito no Brasil, que inclui também o segmento de recursos direcionados, subiu 1,0% em setembro sobre agosto, passando a 47,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
No acumulado de janeiro a setembro, o estoque geral de crédito no país sofreu uma elevação de 3,2%. Em 12 meses, a alta foi de 5,8%, marcada pela forte expansão do saldo de financiamentos às famílias (+11,3%), enquanto houve retração para as empresas (-0,9%).
No mês passado, o BC estimou um crescimento do crédito de 5,7% em 2019, mais baixo que a perspectiva anterior de 6,5%, justamente pela piora esperada nos empréstimos às pessoas jurídicas.
Para 2020, a projeção de expansão no crédito no país é de 8,1%.
(Por Marcela Ayres)