Por Steve Holland e Andrew Osborn
WASHINGTON/MOSCOU (Reuters) - Os Estados Unidos se retiraram formalmente nesta sexta-feira de um pacto histórico de mísseis nucleares com a Rússia, depois de determinar que o governo usso está violando o tratado, algo que o Kremlin nega.
O presidente dos EUA, Donald Trump, determinou que o país encerrará a filiação ao acordo de controle de armas de 1987, conhecido como Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), disseram autoridades de alto escalão a repórteres.
O tratado proíbe os dois lados de instalarem mísseis terrestres de alcance curto e intermediário na Europa. Os EUA sinalizaram seis meses atrás sua intenção de sair do acordo se a Rússia não mostrasse que iria cumpri-lo.
"Os Estados Unidos não continuarão filiados a um tratado que é violado deliberadamente pela Rússia", disse o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em um comunicado a respeito da saída norte-americana.
"O descumprimento russo do tratado ameaça interesses supremos dos EUA, e o desenvolvimento e instalação russos de um sistema de mísseis que viola o tratado representam uma ameaça direta aos Estados Unidos e nossos aliados e parceiros", disse Pompeo.
Os funcionários graduados, que falaram pedindo anonimato, disseram que a Rússia mobilizou "batalhões múltiplos" de um míssil de cruzeiro russo por toda a Rússia, inclusive no oeste, "com a capacidade de atacar alvos europeus críticos" -- uma violação do pacto.
A Rússia nega a alegação, dizendo que o alcance do míssil o exclui do tratado, e acusou os EUA de usarem um pretexto falso para saírem de um tratado com o qual Washington quer mesmo romper para desenvolver novos mísseis.
Moscou também rejeitou a exigência norte-americana de destruir o novo míssil, o Novator 9M729, conhecido pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como SSC-8.
Em reação à medida dos EUA, a Rússia disse que pediu a estes para declararem e cumprirem uma moratória na mobilização de mísseis nucleares de alcance curto e intermediário na Europa.
"Propusemos aos Estados Unidos e a outros países da Otan que pesem a possibilidade de declarar o mesmo tipo de moratória na mobilização de mísseis de alcance curto e intermediário como os nossos, como aquela anunciada por (presidente russo) Vladimir Putin", disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, segundo citação da agência de notícias Tass.
(Reportagem adicional de Roberta Rampton, em Washington, e Andrew Osborn, em Moscou)