Por Tatiana Bautzer
SÃO PAULO (Reuters) - Os maiores detentores de bônus internacionais do grupo sucroalcooleiro GVO pediram esta semana a aceleração de dívidas, incluindo 750 milhões de dólares em bônus, tentando forçar a companhia a pedir recuperação judicial, segundo três fontes com conhecimento do assunto.
Entre os investidores liderando o pedido contra o Grupo Virgolino de Oliveira estão Argentem Creek Partners, Alliansce Bernstein e o fundo chileno Moneda.
A empresa não comentou o assunto. O Argentem Creek preferiu não comentar e os outros detentores de bônus não comentaram imediatamente.
O pedido de aceleração foi feito na noite de quarta-feira, segundo as fontes.
Das três emissões de bônus do GVO, uma venceu em 2018 e as outras duas têm vencimentos em 2020 e 2022. Todos estão sendo negociados entre 1 e 4 centavos por dólar.
O Grupo GVO está em negociações de reestruturação de dívida há vários anos, mas até agora os detentores de bônus não tinham tomado nenhuma medida contra a companhia, segundo as fontes.
Como a empresa não tem recursos para pagar todas as dívidas de imediato, os credores acreditam que a aceleração empurre a empresa para uma recuperação judicial.
Segundo duas das fontes, o Grupo GVO está perto de receber um precatório de cerca de 1 bilhão de reais. Os credores estrangeiros poderiam ter acesso a esse pagamento no âmbito de uma recuperação.