Por Aditya Kalra
DAVOS, Suíça (Reuters) - A Índia não tem planos imediatos de suspender a proibição às exportações de trigo, mas continuará com os acordos feitos diretamente com outros governos, disse à Reuters o ministro do Comércio, Piyush Goyal.
O segundo maior produtor de trigo do mundo proibiu as vendas privadas do grão no exterior em 14 de maio, depois que uma onda de calor escaldante reduziu a produção e os preços domésticos atingiram um recorde. Os preços globais também subiram após a decisão.
"Atualmente, há instabilidade no mundo, se fizéssemos isso (retirar a proibição), só ajudaria os comerciantes do mercado negro, acumuladores e especuladores. Nem ajudaria os países realmente vulneráveis e necessitados", disse Goyal quando perguntado se Nova Délhi tinha quaisquer planos para permitir a retomada das exportações privadas.
"A maneira mais inteligente de fazer isso é através da rota de governo para governo, pela qual podemos fornecer grãos de trigo acessíveis aos pobres mais vulneráveis", disse ele em entrevista na quarta-feira no Fórum Econômico Mundial em Davos.
Muitos países importadores de trigo, incluindo membros do G7, pediram à Índia que reconsiderasse sua decisão de proibir as vendas de trigo no exterior.
O secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsack, disse este mês que tem "profunda preocupação" com a proibição.
Goyal também disse que esteve em contato com a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para explicar a lógica por trás da proibição de exportação de trigo da Índia.