Por Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia pretende impor sanções econômicas a 31 autoridades de alto escalão de Belarus, incluindo o ministro do Interior do país, até meados de setembro, disseram três diplomatas da UE, em resposta a uma eleição de 9 de agosto que o Ocidente diz ter sido manipulada.
Após quase um mês de manifestações em massa contra o resultado da disputa, em que o presidente Alexander Lukashenko declarou vitória para prolongar seu governo que já dura 26 anos, a UE pretende punir o governo pela repressão e apoiar os pedidos por novas eleições.
"Inicialmente concordamos com 14 nomes, mas muitos Estados acharam que não era suficiente. Agora chegamos a um consenso sobre outros 17", disse um diplomata da UE. "São altos funcionários responsáveis pela eleição, pela violência e pela repressão."
Os chanceleres da UE deram sua ampla aprovação política para as sanções-- que incluem proibição de viagens e congelamento de ativos-- em uma reunião em Berlim no final do mês passado, mas não decidiram na ocasião quem seriam os alvos das medidas.
Conforme a repressão contra a oposição continuava nesta segunda-feira, a Comissão Europeia disse que as sanções da UE seriam impostas em breve, mas não deu detalhes.
"Há vontade política e determinação para que as sanções sejam concluídas o mais rápido possível", afirmou um porta-voz do Poder Executivo da UE. "Não é uma questão de se, apenas quando."
Grécia e Chipre, que estão pressionando por sanções separadas contra a Turquia em uma disputa no Mediterrâneo Oriental, ainda precisam dar seu apoio à inclusão de Belarus na "lista negra".
Todos os 27 países da UE precisam concordar com tais medidas. Os gregos e o Chipre podem usar seu apoio às punições a Belarus para obter medidas duras contra a Turquia, segundo os diplomatas.
Nomes ainda podem ser acrescentados ou retirados da lista de sanções, mas os diplomatas disseram que um acordo formal deve ocorrer em 21 de setembro, quando os ministros das Relações Exteriores da UE realizarão sua próxima reunião. As sanções entrariam em vigor em 22 de setembro.
Por enquanto, Lukashenko não será sancionado.
A Alemanha, que detém a presidência da UE no momento, quer mais tempo para o diálogo, deixando em aberto a possibilidade de acrescentar o nome do presidente em uma fase posterior.
(Reportagem adicional de Gabriela Bacyznska e John Chalmers)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7519)) REUTERS TR LC