BEIRUTE (Reuters) - Manifestantes voltaram às ruas no Líbano neste sábado, apesar das tentativas do Exército de desbloqueá-las, em meio a uma crise sem uma resolução no horizonte que atinge o país há 10 dias.
Um comunicado dos militares informou que o Exército e comandantes de segurança planejam reunir-se para discutir maneiras de reabrir artérias importantes para que o tráfego volte a circular, mantendo, ao mesmo tempo, “a segurança dos manifestantes”.
Pessoas fecharam rotas com barreiras e sentando-se no chão como parte de uma onda de protestos sem precedentes exigindo a renúncia do governo.
Há 10 dias o Líbano tem sido atingido por protestos contra a classe política, acusada de corrupção, má gestão de recursos estatais e de levar o país na direção de um colapso econômico que não era visto desde a guerra civil de 1975-90.
Bancos, escolas e muitos negócios fecharam suas portas.
“Não sairemos das ruas porque é a única carta que o povo tem para pressionar”, disse Yehya al-Tannir, ator protestando em uma barricada improvisada na principal ponte da capital Beirute. “Não cederemos até que nossas exigências forem cumpridas”.
Tropas e policiais foram deslocados às principais ruas do Líbano, neste sábado.
Em uma importante ponte em Beirute, a polícia brigou com manifestantes que estavam sentados no chão para mantê-la fechada.
Manifestantes resistiram às tentativas, no começo desta semana, de abrir algumas vias, incluindo a principal estrada norte-sul.
Bancos ficarão fechados até que a vida volte ao normal e pagarão salários ao fim do mês por meio de caixas eletrônicos, disse a Associação de Bancos do Líbano.
Autoridades têm realizado reuniões de emergência nos últimos dias, entre temores crescentes de que uma corrida aos bancos quando eles reabrissem poderia esgotar os depósitos de moeda estrangeira.
(Reportagem de Ellen Francis, Lisa Barrington, Issam Abdallah, Laila Bassam e Reuters TV)