SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de café verde do Brasil somou 2,52 milhões de sacas de 60 kg em janeiro, queda de 18,5% na comparação anual, em meio a uma oferta menor do grão e cautela dos produtores em liberar estoques, disse nesta quinta-feira o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).
O embarque de café arábica somou 2,43 milhões de sacas no mês passado, recuo de 18,7% na comparação anual. Já os embarques de robusta/conilon ficaram em apenas 87,58 mil sacas, baixa de 12,3%.
"Estamos na entressafra, após duas colheitas menores, impactadas por fortes adversidades climáticas nos últimos anos. Há, ainda, certa resistência dos produtores em comercializar seu estoque da safra 2022 nas bases atuais de preço, que caíram significativamente desde outubro, fatos que justificam o recuo observado em janeiro", afirmou em nota o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
Segundo o conselho, houve também impacto de uma acentuada queda nas cotações internacionais, com mínimas em janeiro, que não se replicaram no mercado físico brasileiro.
"Os importadores têm preferido postergar novas compras ou optado por coberturas pontuais no mercado spot lá fora, ficando, apenas para último caso, novas aquisições diante desses diferenciais mais caros", afirmou o executivo.
No entanto, ele considera esse um comportamento “natural em período de entressafra, principalmente quando se vem de dois anos seguidos de colheitas menores”.
Outro fator citado no recuo dos embarques é a maior demanda das indústrias nacionais, principalmente pelos canéforas.
Considerando o produto industrializado, as exportações totais de café somaram 2,84 milhões de sacas, queda de 16,8% em janeiro contra um ano antes. A receita do período baixou 17,8%, para 612,76 milhões de dólares.
“Além de exportarmos menos em volume, também tivemos um preço médio menor por saca em janeiro, que foi de 215,56 dólares, ou 1,2% a menos do que os 218,18 dólares por saca aferido em janeiro de 2022”, acrescentou o presidente do Cecafé.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)