SÃO PAULO (Reuters) - As exportações brasileiras de suco de laranja alcançaram 813.696 toneladas no acumulado dos dez primeiros meses da safra 2021/22, até abril, queda de 5,21% ante igual período do ciclo anterior, com impacto do clima sobre as lavouras e, em consequência, menor oferta da bebida, disse nesta quinta-feira a CitrusBR.
O faturamento, por sua vez, atingiu 1,33 bilhão de dólares no período, alta de 5% no comparativo anual, conforme levantamento da Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos com base em dados do governo federal, que considera a bebida FCOJ Equivalente a 66º Brix.
"O resultado segue a tendência divulgada em fevereiro pela CitrusBR em que apontava dificuldade do setor em atender à demanda internacional devido aos efeitos das secas e geadas que impactaram a safra 2021/22", informou a entidade em nota.
As adversidades climáticas ocorreram no ano passado e prejudicaram o desempenho das lavouras e frutos que originaram o suco que vem sendo exportado nesta temporada.
A Europa continua sendo o principal destino do suco brasileiro, mas as exportações para o continente totalizaram 518.013 toneladas, uma redução de 5,36%.
Em faturamento, os embarques para o mercado europeu somaram 853,4 milhões de dólares, valor 3,85% maior em relação ao mesmo período da safra passada.
Para os Estados Unidos, segundo principal comprador, os embarques seguem quase estáveis, com 161.534 toneladas acumuladas em dez meses, redução de 0,40%, enquanto a receita subiu 18,9%, para 285,7 milhões de dólares.
Já a China importou o total de 65.615 toneladas, volume 50,89% maior do que o registrado um ano antes, que gerou um crescimento de 53,64% no faturamento, a 78 milhões de dólares.
"O volume exportado nos últimos 10 meses para a China já é maior que o volume das últimas dez safras. Isso demonstra um processo de amadurecimento do mercado, o que é importante para a descentralização do eixo Europa-Estados Unidos", afirmou em nota o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto Netto.
(Por Nayara Figueiredo)