SÃO PAULO (Reuters) - Os embarques totais de suco de laranja do Brasil aumentaram 17,19% de julho a dezembro do ano passado e caminham para encerrar a safra 2022/23 em alta, após dois ciclos de recuos seguidos nas exportações brasileiras do produto, avaliou nesta quarta-feira a CitrusBR.
O Brasil fechou a primeira metade da safra com um volume total de exportações de 586.313 toneladas (FCOJ Equivalente a 66º Brix).
Nas safras 2020/21 e 2021/22, o maior exportador global de suco de laranja apresentou recuo nas exportações, em meio a uma menor oferta da fruta.
Em 2022/23, a produção é maior, enquanto os Estados Unidos --importantes importadores-- lidam com a pior colheita da história da Flórida.
A produção de laranja na região citrícola de São Paulo e Minas Gerais, que concentra as principais indústrias processadoras, deverá crescer cerca de 19% em 2022/23 ante a temporada passada.
"Acredito que o volume exportado deve ficar acima do ano passado. O quanto vai depender da disponibilidade de suco até o fim do ano-safra, que acaba em 30 de junho. A safra é melhor do que a passada, mas a oferta está bem apertada ainda", disse o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, à Reuters.
Em faturamento, as exportações na primeira metade da safra somaram 1,1 bilhão de dólares, 37,73% acima do verificado entre julho e dezembro de 2021.
Segundo Netto, o aumento das exportações ocorreu após a "significativa" quebra da safra anterior, o que gerou movimentação de suco "para reabastecer os principais mercados".
Ele pontuou que a "safra da Flórida é a menor de todos os tempos e a produção brasileira está na média baixa, o que nos leva a um cenário bastante desafiador do ponto de vista de oferta de produto".
Entre os diferentes destinos a Europa continua a ser o principal mercado das exportações brasileiras, com uma participação de 57,49%, seguida de Estados Unidos (30,01%), China (6,83%), Japão (2,39%) e Austrália (1,02%). Outros destinos representam 2,26%.
(Por Roberto Samora)