SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de soja do Rio Grande do Sul permaneceu em 96% das áreas da safra 2022/23, mesmo patamar registrado na semana anterior, devido à ausência de chuvas suficientes para que os produtores dessem andamento aos trabalhos de maneira significativa, mostraram dados da empresa de assistência técnica e extensão rural Emater-RS nesta quinta-feira.
A semeadura está 1 ponto percentual à frente do total plantado no mesmo período da safra passada, quando as lavouras foram atingidas por uma seca ainda mais severa devido ao La Niña. De acordo com a média histórica, porém, os trabalhos já estariam encerrados.
Perdas de produtividade são apontadas em níveis distintos entre as regiões, a depender da distribuição e dos volumes irregulares das chuvas.
"Avalia-se uma redução na produtividade nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Bagé, Ijuí, Pelotas e Santa Maria. Nas outras regiões administrativas os danos não são significativos até o momento", afirmou a empresa ligada ao governo estadual.
No entanto, a Emater disse que ainda é preciso ter cautela sobre as projeções de perdas na soja gaúcha, pois elas têm chance tanto de reversão quanto de aumento, de acordo com as condições climáticas que virão.
Mais cedo, nesta quinta-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu sua projeção para a safra de soja do país a 152,7 milhões de toneladas, ante 153,5 milhões na previsão de dezembro, citando "má distribuição de chuvas" principalmente no Rio Grande do Sul.
MILHO
Nas áreas de milho do Estado, a colheita atingiu 12%, avanço de nove pontos no comparativo semanal, mas um atraso em relação ao mesmo período do ano passado (19%) e à média histórica (13%), segundo a Emater.
Em paralelo, uma outra parcela de produtores segue plantando o cereal, com a semeadura média estadual em 93%, crescimento de 1 ponto percentual na semana. Um ano antes, 95% das áreas estavam plantadas e a média histórca para o período corresponde a 98%.
"As lavouras tiveram a situação de danos agravada com a continuidade do fenômeno La Niña, com insuficiência de chuvas e altas temperaturas na maior parte das regiões do Estado", disse a empresa.
De modo geral, Emater avalia que os principais danos no milho estão nas regiões central e oeste do Rio Grande do Sul.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)