Por Michael S. Derby
NOVA YORK (Reuters) - Alberto Musalem, economista e ex-funcionário do Federal Reserve de Nova York, foi escolhido para ser o novo presidente do Fed de St. Louis, informou o banco regional nesta quinta-feira.
Musalem, de 55 anos, sucede James Bullard, que dirigiu o Fed de St. Louis de 2008 até sua inesperada renúncia em julho passado, quando anunciou que estava saindo para se tornar o reitor da escola de negócios da Universidade de Purdue. Musalem iniciará sua nova função em 2 de abril.
Recentemente, Musalem atuou como codiretor de investimentos e cofundador da Evince Asset Management e também foi vice-presidente executivo do Fed de Nova York entre 2014 e 2017. Atualmente, ele é professor-adjunto da Universidade de Georgetown e faz parte dos conselhos da Federal Home Loan Mortgage Corporation e do Man Group, funções das quais o Fed de St. Louis disse que Musalem abrirá mão.
"Como um economista experiente, ex-líder do Federal Reserve, colaborador e comunicador, ele vem com o conhecimento técnico excepcional e as habilidades de liderança necessárias para contribuir para a formulação eficaz de políticas e para o avanço de uma grande organização a serviço do público", disse a diretora do Fed de St. Louis Carolyn Chism Hardy, em um comunicado à imprensa.
O futuro presidente do Fed de St. Louis terá um grande desafio pela frente. Bullard foi uma voz muito ativa em questões econômicas e de política monetária e, em alguns momentos, seus comentários estiveram entre os que mais movimentaram o mercado entre todas as autoridades do banco central dos EUA. Musalem exercerá seu papel de votar no Comitê Federal de Mercado Aberto para fixação das taxas de juros pela primeira vez no próximo ano.
Em seu período final à frente do Fed de St. Louis, Bullard foi um dos primeiros a apoiar a redução do estímulo fornecido pelo Fed durante a pandemia do coronavírus em meio ao aumento da inflação, um caminho que o banco central acabou adotando de forma agressiva.
Musalem chegará no momento em que o Fed quase certamente encerrou sua campanha de aumento das taxas em meio a uma moderação considerável das pressões inflacionárias. Embora os mercados financeiros já estejam apostando em cortes nas taxas do Fed, os autoridades de política monetária estão de olho no que consideram uma perspectiva muito incerta e ainda estão debatendo por quanto tempo precisarão manter a taxa de juros overnight de referência do banco central na atual faixa de 5,25% a 5,50% para garantir que a inflação retorne à meta de 2%.
As autoridades do Fed também estão contemplando a redução em andamento do balanço patrimonial de 7,764 trilhões de dólares do banco central.