Por Howard Schneider e Ann Saphir
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve elevou sua meta de taxa de juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, mas continuou a prometer "aumentos contínuos" nos custos de empréstimos como parte de sua batalha ainda não resolvida contra a inflação.
"A inflação diminuiu um pouco, mas continua elevada", disse o banco central dos Estados Unidos em um comunicado que marcou um reconhecimento explícito do progresso feito na redução do ritmo de alta de preços em relação aos maiores valores em 40 anos atingidos no ano passado.
A guerra da Rússia na Ucrânia, por exemplo, ainda é vista como um acréscimo à "elevada incerteza global", disse o Fed. Mas os formuladores de política monetária abandonaram a linguagem de comunicados anteriores que citavam a guerra e a pandemia de Covid-19 como contribuidores diretos para o aumento dos preços.
Ainda assim, o Fed disse que a economia dos EUA está desfrutando de "crescimento modesto" e ganhos "robustos" de empregos, com as autoridades do banco ainda "altamente atentos aos riscos de inflação".
"O Comitê (de política monetária) antecipa que os aumentos contínuos na meta serão apropriados para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo", disse o Fed.
A decisão elevou a taxa básica de juros "overnight" para uma faixa entre 4,50% e 4,75%, um movimento amplamente antecipado pelos investidores e sinalizado pelas autoridades antes da reunião de política monetária de dois dias desta semana.
Mas, ao manter a promessa de mais incrementos de juros por vir, o banco central recuou contra as expectativas dos investidores de que estava pronto para sinalizar o fim do atual ciclo de aperto como um aceno à queda constante da inflação há seis meses.
O comunicado indicou que quaisquer futuros movimentos na taxa básica seriam em incrementos de 0,25 ponto percentual. O documento descartou uma referência ao "ritmo" de futuras altas e, em vez disso, referiu-se à "extensão" das mudanças nos custos dos empréstimos.
Mas esses, afirmou, levariam em consideração como os movimentos da política monetária até agora impactaram a economia, uma retórica que vincula novos aumentos dos juros à evolução dos próximos dados econômicos.
O Fed espera poder continuar a reduzir o salto dos preços para sua meta de 2% sem desencadear uma recessão profunda ou causar um crescimento substancial na taxa de desemprego em relação aos atuais 3,5%, um nível raramente visto nas últimas décadas. A inflação, com base na medida preferencial do Fed, desacelerou para uma taxa anual de 5% em dezembro.
O banco central não divulgou novas projeções econômicas de seus formuladores de política monetária nesta quarta-feira.