Por Michael S. Derby
NOVA YORK (Reuters) - O aumento das despesas levou o sistema do Federal Reserve a um prejuízo recorde no ano passado, informou o banco central dos Estados Unidos em números preliminares divulgados nesta sexta-feira.
As receitas do Fed após as despesas foram de 114,3 bilhões de dólares negativos no ano passado, contra 58,8 bilhões de dólares de receitas positivas no ano anterior.
A perda foi vinculada a um salto nas despesas com juros, em meio a uma campanha da autoridade monetária de aumento de taxas com o objetivo de conter a inflação.
O Fed pagou a um conjunto de instituições financeiras 281,1 bilhões de dólares no ano passado, em comparação com 102,4 bilhões de dólares em 2022.
Enquanto isso, os juros obtidos com os títulos que o banco central possui totalizaram 163,8 bilhões de dólares no ano passado, contra 170 bilhões de dólares em 2022.
O Fed disse que as despesas operacionais dos 12 bancos regionais, que são instituições quase privadas supervisionadas pelo Conselho de Diretores da autoridade monetária, ficaram em 5,5 bilhões de dólares em 2023.
O Fed paga juros a bancos, empresas financeiras e outros gestores financeiros qualificados, para que eles mantenham recursos na própria instituição. Isso permite ao Fed implementar a política monetária e controlar a taxa básica de juros de curto prazo.
Por outro lado, o Fed se autofinancia por meio dos juros que ganha com os títulos que possui e por meio dos serviços que presta aos bancos. Normalmente, o banco central é lucrativo e devolve os ganhos excedentes ao Tesouro dos EUA, conforme exigido por lei. Quando perde dinheiro, o Fed registra o que chama de ativo diferido, que contabiliza a perda, a ser coberta pela instituição ao longo do tempo antes de devolver novamente lucros ao Tesouro.