Por Adam Jourdan
BUENOS AIRES (Reuters) - A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta quarta-feira o rating de crédito soberano de longo prazo da Argentina em um degrau, para "CCC-", de "CCC" anteriormente, citando profundos desequilíbrios macroeconômicos e riscos crescentes sobre a capacidade do país de realizar o pagamento de suas dívidas.
A Argentina, que foi forçada a reestruturar mais de 100 bilhões de dólares em dívidas com credores privados e o Fundo Monetário Internacional (FMI) nos últimos dois anos, vem lutando contra movimentos de fuga de capital, enfraquecimento do peso e a aumento da inflação, que deve chegar a 100% este ano.
A Fitch disse em comunicado que o rebaixamento reflete os graves desequilíbrios macroeconômicos da Argentina e a limitada liquidez externa, que "mina cada vez mais a capacidade de pagamento à medida que o custo do serviço da dívida em moeda estrangeira aumenta nos próximos anos".
A agência acrescentou que um novo acordo do FMI fechado no início deste ano para substituir um enorme programa fracassado de 2018 "ainda não provou ser uma âncora forte" para as políticas econômicas necessárias para que o país reconstrua suas reservas estrangeiras esgotadas e recupere acesso ao mercado.
A Fitch disse que controles de capital ajudaram a limitar a fuga de dólares do país, mas "não estancaram totalmente as saídas". A agência notou que as reservas cambiais subiram para cerca de 5,5 bilhões de dólares após uma recente explosão nas exportações de soja argentina, mas disse que elas enfrentarão mais pressão à frente.
A Fitch acrescentou que o crescimento da Argentina este ano provavelmente chegará a 4,6%, enquanto espera que a inflação atinja 100%, bem acima dos 51% do ano passado.