TÓQUIO (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional deve adiar o plano de aumentar suas cotas de financiamento - que dão o direito a voto - que fariam a China substituir o Japão como a segunda voz mais influente do órgão, disse uma autoridade japonesa com conhecimento do assunto à Reuters.
O plano será arquivado devido à forte resistência dos Estados Unidos, disse o funcionário nesta terça-feira, falando sob condição de anonimato, já que não está autorizado a falar com a mídia.
Os EUA, que como maior país acionista do credor global detém um direito efetivo de veto, já tinha manifestado oposição ao aumento do financiamento total do FMI e das cotas de acionistas, uma medida que também mudaria os direitos de voto.
O poder de voto no órgão está vinculado à proporção de financiamento com a que um membro contribui, e essa proporção, por sua vez, está vinculada ao Produto Interno Bruto do país.
O Grupo das 20 principais economias prometeu em junho, na reunião de seus líderes financeiros no Japão, concluir a 15ª revisão geral das cotas com prazo máximo até as reuniões anuais do FMI, programadas para a próxima semana.
O G20 pressionou o FMI a agilizar seu trabalho sobre recursos e reforma da governança como uma questão da mais alta prioridade.
O fundo, na esperança de aumentar sua capacidade de responder a crises financeiras, estabeleceu uma meta para decidir até este ano se deve aumentar o financiamento, bem como quanto aumentar as cotas e a proporção da contribuição de cada membro.
O Japão ocupa a segunda posição em termos de cotas de financiamento e, portanto, direito de voto, desde 1992. No entanto, sua proporção de financiamento caiu de 6,56% para 6,46%. A contribuição da China saltou de 4% para 6,39%, passando do sexto para o terceiro lugar.
(Por Tetsushi Kajimoto)