(Reuters) - Forças de segurança de Mianmar atiraram gás lacrimogêneo e granadas de atordoamento para dissipar um protesto em Yangon neste sábado, apenas horas depois de uma enviada especial da Organização das Nações Unidas pedir que o Conselho de Segurança aja contra a junta que está no poder pelo assassinato de manifestantes.
A agitação no país do Sudeste Asiático começou quando o exército derrubou e deteve a líder eleita Aung San Suu Kyi, em 1º de fevereiro, com protestos diários e greves que sufocaram os negócios e paralisaram o governo.
Protestos esporádicos foram realizados em Mianmar neste sábado, e a imprensa local publicou que a polícia atirou gás lacrimogêneo e granadas de atordoamento para dissipar uma manifestação no distrito de Sanchaung, em Yangon, maior cidade do país. Não houve registro de mortes.
Mais de 50 manifestantes foram mortos desde o golpe, segundo a ONU - pelo menos 38 somente na quarta-feira. Os protestos exigem a libertação de Suu Kyi e que as eleições de novembro, que o partido dela venceu de lavada e que foram rejeitadas pelo exército, sejam respeitadas.
“O quanto ainda permitiremos que o exército de Mianmar se safe?”, afirmou a enviada especial Christine Schraner Burgener em uma reunião fechada com 15 membros do Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira, segundo uma cópia dos seus comentários analisada pela Reuters.
“É crítico que o conselho seja resoluto e coerente em alertar as forças de segurança e defender o povo de Mianmar com firmeza, em apoio dos claros resultados das eleições de novembro”.
Um porta-voz da junta não respondeu ao pedido por comentários.