Por Marcelo Teixeira
SÃO PAULO (Reuters) - A Fórmula 1 quer manter o Grande Prêmio do Brasil no calendário, mas ainda não se sabe onde a única corrida da categoria na América do Sul acontecerá depois de 2020, quando o contrato com São Paulo vencer.
Chase Carey, presidente da Fórmula 1 e representante da Liberty Media Corp (NASDAQ:FWONA), empresa norte-americana que detém os direitos da modalidade, disse a repórteres na prova do final de semana em Interlagos que todas as opções estão sendo avaliadas.
"Temos interesses, temos múltiplos parceiros que estão interessados", disse Carey. "Certamente é nosso objetivo continuar a correr no Brasil durante muito tempo".
"Geralmente, não existe um prazo específico. Nossa prática geral tem sido anunciar o cronograma da próxima temporada lá pelo verão (no hemisfério norte)", acrescentou.
Interlagos está confirmada para 2020, mas o Rio de Janeiro é candidato para o ano seguinte.
São Paulo quer manter a prova, e o governador João Doria disse que haverá uma reunião com a Liberty na primeira semana de dezembro, quando a cidade fará uma proposta formal.
Atualmente, a cidade não paga nenhuma taxa para sediar a F1, ao contrário de outras cidades do mundo que pagam até 60 milhões de euros por suas corridas, mas Doria disse que pode mudar.
"Pagaremos a taxa no próximo contrato, teremos dinheiro privado entrando, investimentos privados também", afirmou.
O jornal O Estado de S.Paulo noticiou que São Paulo está disposta a pagar 20 milhões de dólares de taxa. No entanto, há relatos de que o Rio ofereceu mais.
"Nossos acordos têm aspectos múltiplos, não tratam somente da taxa, temos muitos elementos que entram em um acordo, eles são bastante complexos", disse Carey.
A cidade de São Paulo deve vender os direitos de administração de Interlagos para o setor privado por 33 anos em janeiro.
O plano é ter atividades na área do circuito durante todo o ano, e também construir um hotel, uma área de exposição e possivelmente um shopping center.
Durante o final de semana, também houve conversas sobre cidades menores fora do eixo Rio-São Paulo.
Carey não quis dar mais detalhes, tendo em conta os "múltiplos parceiros" que demonstraram interesse em sediar o evento.