SÃO PAULO (Reuters) - O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), informou neste domingo que convocou uma paralisação de 24 horas a partir de quarta-feira para começar a discutir a entrega de cargos comissionados e a indicação de greve por tempo indeterminado, em meio a reivindicações de maior valorização da categoria.
Segundo o Sinal, a paralisação acontecerá das 14h30 do dia 13 de dezembro, quarta-feira, até às 14h30 do dia seguinte. Na quarta, o Comitê de Política Monetária (Copom) estará em seu segundo dia de reunião, com ampla expectativa de que os diretores cortem a Selic a 11,75%.
"A radicalização do movimento, que teve início em julho deste ano, reflete a indignação da categoria quanto ao tratamento assimétrico que vem recebendo do governo", disse o Sinal em nota, dizendo haver "inflexibilidade" do Executivo em relação às demandas da categoria.
Servidores da autarquia estão trabalhando em regime de operação padrão desde o início de julho para pressionar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a promover uma reestruturação de carreira no BC, além de reivindicarem uma espécie de bônus de produtividade.
O sindicato alertou que, caso a situação escale para uma greve, a gestão do Banco Central poderia ser "profundamente" obstruída, resultando em atrasos e a não entrega de serviços, como a manutenção do Pix, que ficaria prejudicada.
Além disso, poderia haver maior impacto na conclusão de projetos em curso, como a elaboração do real digital (Drex), disse o Sinal.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na última quinta que a instituição tem lutado muito para melhorar as condições de trabalho de seus servidores, mas não tem tido efetividade até o momento.
(Por Luana Maria Benedito)