As 7 Magníficas cansaram? Descubra as próximas queridinhas do mercado
Investing.com – Os índices futuros das bolsas dos EUA operam em queda nesta sexta-feira, refletindo preocupações com a saúde financeira dos bancos regionais norte-americanos e o avanço das tensões comerciais entre Washington e Pequim.
Enquanto isso, a Oracle apresentou projeções financeiras otimistas de longo prazo ancoradas na demanda crescente por soluções de inteligência artificial, e a Micron planeja suspender o fornecimento de chips para servidores chineses.
No mercado de commodities, o ouro segue em alta, renovando recordes.
No Brasil, os investidores acompanham os desdobramentos das tratativas comerciais com autoridades de Washington, enquanto avaliam novos dados de inflação divulgados nesta manhã.
1. Futuros em queda em Nova York
Os futuros dos índices americanos voltaram a recuar nesta sexta-feira, ampliando as perdas da véspera, em meio a dúvidas sobre a solidez do crédito bancário regional.
Por volta das 07h46 (horário de Brasília), o futuro do Dow Jones caía 1,2% (–546 pontos), enquanto o S&P 500 recuava 1,5% (–96 pontos) e o Nasdaq 100 desvalorizava 1,5% (–382 pontos).
Na sessão anterior, os principais índices de Wall Street haviam despencado após uma revisão negativa de crédito da Zions Bancorporation, que reacendeu temores de efeitos em cadeia após as recentes falências da fornecedora de autopeças First Brands e da rede de concessionárias TriColor em setembro.
As ações da Zions despencaram 13%, enquanto a Western Alliance perdeu mais de 10% ao revelar um processo judicial por fraude contra um de seus mutuários. As notícias elevaram os rendimentos dos Treasuries, pressionando o mercado acionário.
Em relatório, analistas da Vital Knowledge observaram que “há crescente preocupação com um potencial risco sistêmico”, mas destacaram que, até agora, “os resultados divulgados pelos bancos indicam que First Brands e TriColor são casos pontuais, já que a qualidade de crédito no agregado ainda se mantém saudável”.
2. Oracle projeta forte crescimento com IA
A Oracle apresentou uma projeção de longo prazo otimista, impulsionada pela forte demanda global por serviços de nuvem e inteligência artificial. Em encontro com analistas na quinta-feira, o diretor financeiro estimou que a receita total e o lucro ajustado por ação atinjam, respectivamente, US$ 225 bilhões e US$ 21 até o ano fiscal de 2030, ambos acima das projeções de Wall Street.
Executivos da companhia afirmaram que cerca de dois terços das vendas devem vir do serviço de infraestrutura em nuvem com IA integrada, enquanto o CEO Clay Magouyrk destacou que a Oracle tem recebido novos pedidos de diversos clientes, não apenas da OpenAI, parceira estratégica.
Analistas, contudo, apontaram que, diante da euforia em torno da IA, essa orientação positiva já era amplamente esperada. A empresa também indicou que suas margens brutas podem ceder levemente em 2027, refletindo investimentos intensivos em expansão de capacidade de IA, conforme estimativas da LSEG citadas pela Reuters.
As ações da Oracle recuavam nas negociações estendidas nesta sexta-feira.
3. Micron suspenderá fornecimento de chips para servidores chineses
A Micron Technology planeja interromper o fornecimento de chips para servidores de data centers na China, segundo fontes citadas pela Reuters. A decisão ocorre após a companhia ter sido afetada por uma proibição governamental em 2023, que restringiu o uso de seus componentes em “infraestruturas críticas”.
A empresa continuará vendendo chips a clientes chineses com operações fora do país, incluindo a Lenovo Group, e manterá fornecimento para os setores automotivo e de telefonia móvel. No último exercício fiscal, a China representou cerca de 12% da receita da Micron.
O bloqueio de 2023 foi interpretado como retaliação de Pequim às restrições impostas por Washington à exportação de chips e tecnologias de IA. Esses componentes são fundamentais para processamento avançado em data centers, peça-chave do desenvolvimento de aplicações de inteligência artificial.
4. Ouro renova recordes históricos
Os preços do ouro seguem em trajetória de alta, aproximando-se da marca de US$ 4.400 por onça, impulsionados pelas expectativas de corte na taxa básica do Federal Reserve e pela busca por segurança em meio às tensões comerciais entre EUA e China.
O ouro à vista subia 0,3%, cotado a US$ 4.339,28 por onça às 07h33 (horário de Brasília), após atingir brevemente US$ 4.379,29, novo recorde intradiário. Já os futuros para dezembro avançavam 1,0%, a US$ 4.348,86.
O metal acumula agora seu nono ganho semanal consecutivo, prolongando o rali recorde por cinco sessões seguidas. Além do cenário de juros, o movimento é sustentado por compras contínuas de bancos centrais, entrada de recursos em ETFs de ouro e forte demanda asiática.
O ambiente de aversão ao risco também foi reforçado por renovadas tensões comerciais e pela prolongada paralisação do governo americano, fatores que têm consolidado o ouro como principal refúgio global neste trimestre.
5. Tratativas comerciais com EUA e inflação no Brasil
Por aqui, os investidores devem repercutir os dados de inflação medidos pelo IGP-10, da Fundação Getulio Vargas, indicador mais sensível à inflação ao produtor e ao câmbio, apurado entre os dias 11 de setembro e 10 deste mês.
Em relatório recém-divulgado, a FGV informou que o IGP-10 desacelerou em outubro, com uma alta de 0,08%, após avanço de 0,21% em setembro, acumulando queda de 0,98% no ano e alta de 1,60% em 12 meses.
O resultado refletiu a queda nos preços agropecuários (como arroz, soja e bovinos) e a desaceleração do custo da construção, compensando a alta de serviços e tarifas administradas.
No campo político-econômico, Brasil e Estados Unidos classificaram como positivas as conversas comerciais realizadas em Washington ontem e afirmaram que trabalharão para viabilizar um encontro entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva “na primeira oportunidade possível”.
Segundo comunicado conjunto, ambos os países pretendem avançar em discussões bilaterais em múltiplas frentes, sem definir uma data para a reunião.
O diálogo, que contou com a presença de Marco Rubio, Jamieson Greer e Mauro Vieira, ocorre após meses de tensão diplomática e segue a ligação telefônica entre os presidentes na semana passada. Vieira destacou que o encontro foi “um início promissor” para normalizar as relações, abaladas desde que Trump elevou as tarifas sobre produtos brasileiros de 10% para 50% em agosto.