Investing.com – Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa de juros brasileira inalterada, em um comunizado considerado duro por analistas, o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) afirmou, em relatório enviado aos clientes e ao mercado, que os juros devem começar a cair somente no segundo semestre, diante das incertezas da política fiscal e continuidade das pressões inflacionárias, mas uma espera mais longa pode ser necessária. “Em nossa avaliação, a credibilidade do banco central é reforçada pela mensagem clara e focada”, aponta o banco.
Segundo o Goldman, o Copom percebeu com desconforto nova deterioração das expectativas inflacionárias, diante de uma elevada volatilidade nos mercados externos, o que exigiria maior cautela na política monetária.
“Apesar da intensa pressão política, o Copom parece totalmente focado na busca de restabelecer as expectativas de inflação e no cumprimento de seu mandato fundamental de levar a inflação ao redor da meta por um período de tempo razoável”, afirma Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para América Latina do Goldman Sachs.
O Goldman ainda não vê sinais de alta de juros no curto prazo, mas sim uma declaração de que o Copom segue vigilante e conservador. “Dada a persistente incerteza da política fiscal e a deterioração das micropolíticas, a política monetária é, nesta conjuntura, a única âncora de macropolítica credível no sistema”, completa Ramos.