Por Gabriella Borter e Doina Chiacu
(Reuters) - Governadores dos estados norte-americanos mais atingidos pelo novo coronavírus criticaram afirmação do presidente Donald Trump que o país tem testes suficientes e deveria rapidamente reabrir sua economia, em um momento em que mais protestos estão planejados contra a extensão do isolamento.
Nova York continuou vendo as hospitalizações declinarem para 16.000 de um pico de 18.000, e o número de pacientes mantidos vivos por ventiladores também caiu. Houve 507 novas mortes, uma queda se comparada aos registros de mais de 700 por dia.
"Se os dados se mantiverem e se essa tendência persistir, estamos além do ponto alto e todas as indicações neste momento são que estamos descendo", disse o governador de Nova York Andrew Cuomo em um briefing diário, enquanto pedia aos moradores que continuassem o distanciamento social.
"Nós mostramos que você pode controlar a fera. Mas é apenas metade do tempo. Ainda temos que garantir que a fera seja mantida sob controle."
Os Estados Unidos têm de longe o maior número confirmado de casos de coronavírus do mundo, com mais de 740.000 infecções e mais de 40.000 mortes.
"Creio que a administração está tentando aumentar os testes, fazendo algumas coisas à respeito dos laboratórios privados", disse o governador de Maryland, o republicano Larry Hogan, em entrevista à CNN.
"Mas tentar pressionar, dizer que os governadores têm muitos testes e que deveriam começar a trabalhar nos testes, e que de alguma forma não estamos fazendo o nosso trabalho, é absolutamente falso."
O governador democrata Ralph Northam, da Virgínia, disse também à CNN que as afirmações de Trump e do vice-presidente, Mike Pence, sobre estados possuírem muitos testes é "apenas delirante".
A região de Maryland, Virgínia e Washington D.C. está observando aumento no número de casos, mesmo que o epicentro da crise nos EUA, Nova York, tenha começado a observar declínios. Boston e Chicago também testemunharam aumentos recentes no total de casos e mortes.
Vários estados, incluindo Ohio, Texas e Flórida, disseram ter planos para reabrir parte de suas economias, talvez em 1º de maio ou até antes, mas pareciam permanecer cautelosos.