SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério da Gestão assinou nesta sexta-feira acordo entre o governo federal e entidades representativas dos servidores federais estabelecendo um reajuste salarial linear de 9% para todos os servidores do Executivo, além de um aumento de 200 reais no auxílio-alimentação, para 658 reais mensais.
Os números do acordo são os mesmos de proposta oficializada pela União na terça-feira da semana passada, que prevê vigoração a partir do mês de maio, com pagamento salarial em 1º de junho. O Ministério da Gestão disse anteriormente que o impacto para as despesas públicas dos reajustes será de 11,2 bilhões de reais este ano, valor já previsto no Orçamento de 2023.
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, presente na cerimônia de assinatura, ressaltou que o acordo com servidores foi o primeiro do tipo desde 2016.
Ela disse que o governo buscou acelerar o processo de negociação com a categoria para "neste mês de abril ter tudo aprovado para a gente poder implementar (os reajustes) a partir de 1° de maio sem nenhuma dúvida".
Segundo Dweck, como o pagamento do auxílio-alimentação é feito de forma antecipada, o novo valor acordado já deve ser pago aos servidores em 1° de maio.
Na primeira reunião da mesa de negociação com os servidores, em fevereiro, o governo havia proposto um reajuste de 7,8% para os salários pagos no início de abril mais o aumento de 200 reais no auxílio-alimentação, mas a proposta foi rejeitada pela categoria.
As principais carreiras do Executivo estão sem reajuste desde 2019, o que ajudou a conter os gastos do governo com salários, que representam o segundo maior grupo de despesas públicas depois da Previdência. No ano passado, as despesas com salários e encargos somaram 337,9 bilhões de reais, uma queda real de 6,1% sobre 2021, segundo dados do Tesouro. No mesmo período, as despesas totais do governo subiram 2,1% acima da inflação.
(Por Luana Maria Benedito)