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Governo estuda meta para reservas internacionais, em plano sem consenso

Publicado 14.09.2022, 16:04
Atualizado 14.09.2022, 16:05
© Reuters. Banco Central do Brasil
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado

Por Bernardo Caram e Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Economia conduz estudos preliminares para estabelecimento de uma meta para as reservas internacionais brasileiras, com bandas de flutuação, mas a ideia ainda é incipiente e não tem consenso dentro da própria pasta, disseram duas fontes à Reuters.

Em condição de anonimato, uma fonte do ministério confirmou que o tema está em estudo "super preliminar", acrescentando que esta não é uma preocupação no momento.

O estabelecimento de uma meta para o estoque das reservas, atualmente em 338,7 bilhões de dólares, foi noticiado na terça-feira pelo jornal O Globo.

Na prática, a ideia representaria uma interferência direta na condução da política cambial, responsabilidade do Banco Central, que ganhou autonomia formal no ano passado.

De acordo com uma das fontes, o objetivo de uma medida nesse sentido seria melhorar a gestão dos recursos e “não deixar as reservas variando de acordo com critério discricionário do presidente do Banco Central”.

Para essa autoridade, embora essa não seja a motivação central, a meta também serviria para evitar uso político das reservas, como uma eventual tentativa de conter ou valorizar o dólar para favorecer algum candidato às eleições.

A existência de estudos sobre o tema surpreendeu técnicos do próprio Ministério da Economia, com dois ocupantes de posições chave na pasta dizendo à Reuters, sob reserva, que desconheciam a proposta.

O economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC, disse que a ideia é “de uma burrice inominável”, argumentando que o dólar reflete fundamentos da economia e não faria sentido criar uma regra que limite sua flutuação.

“Que ideia é essa? Quando a reserva estiver abaixo de um certo nível você vai comprar (moeda estrangeira), vai supostamente puxar a taxa de câmbio para cima, e quando estiver muito alta, você vai vender e puxar o câmbio para baixo. É praticamente a mesma ideia das bandas cambiais que, lá atrás, deram com os burros n’água”, disse, em referência ao regime que vigorou por alguns anos no país, após a implantação do Plano Real, em que o BC se comprometia a não deixar o câmbio flutuar além de um piso e um teto estabelecidos.

Na avaliação do economista, também haveria grande dificuldade em definir qual o nível ótimo das reservas do país. Para ele, se a banda de tolerância fosse muito larga com a finalidade de evitar esse risco de calibragem, a medida não teria efeito prático.

Uma fonte do Banco Central criticou a ideia anonimamente, ressaltando que a taxa de câmbio é "uma variável externa, é exógena, você não tem controle sobre ela".

As reservas internacionais são consideradas um colchão de segurança do país para momentos de volatilidade. Compostas principalmente por títulos e depósitos de moedas estrangeiras, elas são administradas pela diretoria do BC, que pode vender ou comprar ativos para fazer frente a choques cambiais.

A taxa de câmbio tem impacto direto sobre a inflação, tópico relevante durante o período eleitoral. Membros da diretoria do BC, porém, têm afirmado repetidamente que a autoridade monetária só atua no mercado cambial quando identifica volatilidade excessiva, respeitando o regime de câmbio flutuante.

Procurados, o Ministério da Economia e o Banco Central informaram que não vão comentar.

Ao longo da atual gestão, membros da equipe econômica deram sinais de que não concordavam com a manutenção de níveis elevados nas reservas, sustentando publicamente que parte dos recursos poderia ser usada para abater a dívida pública brasileira.

© Reuters. Banco Central do Brasil
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado

Em uma das ideias ventiladas por membro da pasta, o governo usaria parte desse dinheiro para fazer aportes a organismos internacionais, como o NDB (banco dos Brics). O argumento para o plano, que não chegou a avançar, era que a operação não queimaria as reservas porque o governo estaria apenas fazendo uma mudança do perfil do seu portfólio de investimentos internacionais.

Líder nas pesquisas de intenção de voto para as eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem afirmado que as gestões do PT foram responsáveis pela acumulação das reservas -o valor nominal saltou de 37 bilhões de dólares em 2003 para 370 bilhões de dólares em 2016. Embora uma ala do partido defenda o uso de parte dos recursos, Lula ressaltou em julho que não pretende “mexer nesse dinheiro”.

 

(Edição de Isabel Versiani)

Últimos comentários

Hahahahaha PIB subindo artificialmente por causa das medidas "não eleitoreiras", juros da dívida pública em mais de R$ 550 bilhões, orçamento secreto ganhando mais R$ 16 bilhões, educação perdendo 90% dos repasses, saúde perdendo 98% dos repasses... Ufaaahhhh, tem mais, mas o espaço é muito pequeno para citar tudo.... Depois desse "Çúséço" do governo precisam desesperadamente tirar a autonomia do BC para TENTAR DIMINUIR a dívida pública com a gorjeta do PT....rsrsrsrs Isso que já se venderam U$$ 100 bilhões..... Ainda bem que esse "desgoverno" está chegando ao fim....
Noticiq eleitoreira. Esses redatores de plantao ja nao sabem mais o que inventar. Sempre com papinho de anonimato, fazendo previsoes equivocadas. Depois que perdem os empregos por pura incompetencia e militancia cega culpam o governo de “faxista”
Orçamento secreto, agora as reservas…..esse governo so falta mudar a cor da bandeira……
Não é possível acreditar que isso seja verdade...já deu errado .Balão de ensaio?
KKKKKKKKKKKKKKK. Parece que a independencia do BC acaba quando os vermes resolvem torrar e roubar as reservas internacionais.
Será que vai usar ela para distribuir o Bolsa Esmola e comprar votos na proxima eleição?
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