RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, vão mobilizar 60 bilhões de reais até 2026 em um programa de apoio à inovação, anunciou nesta quinta-feira o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O programa está sendo considerado pelo governo o maior da história para o segmento e, faz parte de uma nova política industrial aprovada em julho pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial.
Empresas de todos os portes e institutos de ciência e tecnologia poderão ser contemplados pelo programa, que vai operar com taxas de juros a partir de Taxa Referencial (TR) + 2% e ainda com recursos não reembolsáveis.
“O juro será nominal em 4%, o menor da história para a inovação. Isso permitirá que a indústria dê um grande salto de desenvolvimento”, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, durante o anúncio do programa na Fiesp.
Segundo o BNDES, dos recursos mobilizados anualmente, 5 bilhões de reais serão operacionalizados pelo banco de fomento e mais 5 bilhões de reais estarão a cargo do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), da Finep, resultando no total de 40 bilhões de reais em crédito ao longo dos quatro anos do programa. Outros 20 bilhões de reais serão destinados para uso não reembolsável pela Finep.
O programa vai focar o apoio em investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação; plantas industriais pioneiras, para promover a expansão da fronteira tecnológica brasileira; difusão de tecnologia; transformação digital; e parques tecnológicos, incubadoras e aceleradoras.
“Industrialização e inovação andam juntas. A indústria para ser sustentável tem que se renovar o tempo todo e é necessário ter uma política de inovação”, disse o diretor de Planejamento do BNDES, Nelson Barbosa.
O BNDES fará a maior parte das operações de forma direta, com foco em projetos inovadores e plantas pioneiras. Na atuação indireta, por meio de agentes financeiros credenciados, será priorizado o processo de difusão tecnológica e digitalização de micro, pequenas e médias empresas.
(Por Rodrigo Viga Gaier)