A ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, disse que o governo poderá tentar manter o objetivo de deficit zero mesmo que o Congresso decida mudar a meta fiscal para 2024. Segundo ela, a alteração no resultado fiscal do próximo ano “pode evitar um contingenciamento, mas não permite gastar mais”.
Dweck afirmou que a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que “dificilmente cumprirá a meta” para 2024 foi mal interpretada e se referia à intenção de não deixar esse objetivo ser um impeditivo para os investimentos do governo. Ela deu declaração em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta 3ª feira (31.out.2023).
A ministra afirmou que o governo continuará “perseguindo” a meta fiscal de deficit zero. Porém, destacou que sua concretização depende da aprovação de projetos que estão no Congresso para aumentar a arrecadação do governo.
“Se o Congresso achar que elas [iniciativas de medida de receita] não devem ser aprovadas, isso terá impacto na capacidade de arrecadação do governo”, afirmou Dweck.
Aparentando irritação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixou uma entrevista na 2ª feira (30.out) depois de ser questionado sobre a possibilidade de mudar a meta fiscal. A lei atual prevê zerar o deficit primário no próximo ano. O mercado financeiro é cético em relação ao possível cumprimento do objetivo e há pressões políticas para que haja uma mudança na meta para prever um saldo negativo nas contas.
Nesta 3ª feira (31.out), Haddad falou que não ficou “bravo” e se recusou, novamente, a responder sobre a mudança da meta fiscal.