Por Humeyra Pamuk e Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O governo dos Estados Unidos está "turbinando" uma iniciativa para reduzir a dependência global das cadeias industriais de fornecimento da China, à medida que avalia novas tarifas para punir Pequim pela forma como lidou com o surto de coronavírus, segundo autoridades familiarizadas com o planejamento norte-americano.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem intensificado os ataques à China antes das eleições presidenciais norte-americanas de novembro, prometeu trazer a manufatura de volta do exterior.
Agora, a destruição econômica e o enorme número de mortes por coronavírus nos EUA estão impulsionando o governo a levar a dependência da cadeia de produção e suprimentos para longe da China, nem que ela vá para outras nações mais amigáveis, disseram autoridades em exercício e aposentadas do governo norte-americano.
"Temos trabalhado em (reduzir a dependência de nossas cadeias de suprimentos da China) nos últimos anos, mas agora estamos turbinando essa iniciativa", disse à Reuters Keith Krach, subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos EUA.
O Departamento de Comércio, de Estado e outras agências dos EUA estão procurando maneiras de pressionar as empresas a mudarem o fornecimento e a manufatura para fora da China. Incentivos fiscais e possíveis subsídios à reforma estão entre as medidas consideradas para estimular mudanças, disseram autoridades e ex-autoridades norte-americanas à Reuters.
A 'política chinesa' de Trump tem sido caracterizada por brigas nos bastidores entre assessores pró-comércio e 'hawks' da China, e estes dizem que chegou sua hora.
"Este momento é uma tempestade perfeita; a pandemia cristalizou todas as preocupações que as pessoas tinham sobre fazer negócios com a China", disse outra autoridade sênior dos EUA.
"Todo o dinheiro que as pessoas pensam que fizeram ao fazer acordos com a China antes agora é ofuscado muitas vezes pelos danos econômicos" causados pelo coronavírus, disse o funcionário.