BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou nesta sexta-feira que o governo vai antecipar o pagamento do décimo terceiro a aposentados este ano como uma medida de enfrentamento à crise da pandemia, como já feito em 2020, e que também já está trabalhando na renovação do programa BEM, que oferece uma complementação de renda a trabalhadores que tenham sofrido redução de jornada e de salários.
"Assim que aprovar o Orçamento, vão ser antecipados também o décimo terceiro justamente dos mais frágeis, dos mais idosos, como fizemos da outra vez. O BEM, que é o programa de preservação de empregos, já estão sendo disparadas as novas bases. Então, tem mais coisa vindo por aí", disse Guedes em entrevista a jornalistas na portaria do Ministério da Economia, sem dar detalhes.
Normalmente, a primeira parcela do 13º da Previdência, com 50% do valor do pagamento, é paga com o benefício de agosto e a segunda parte, com o de novembro. No ano passado, o 13º do INSS foi integralmente pago no primeiro semestre, no valor total de 47,5 bilhões de reais.
Guedes também voltou a defender a importância do processo de vacinação em massa para a recuperação da economia e criticou os embates políticos no país, ressaltando que "essa guerra sem fim" não ajuda o Brasil.
"Eu acho que nós precisamos de um espírito construtivo, nós temos que construir juntos, é um compromisso construir o Brasil", afirmou. "Eu tenho dito que essa briga política, essa guerra sem fim, não vai nos ajudar a chegar no melhor lugar."
As declarações de Guedes vêm um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro ter atacado as medidas de restrição de circulação que estão sendo adotadas pelos governadores contra a Covid-19.
Na quinta-feira, Bolsonaro também demonstrou irritação com aqueles que cobram em redes sociais que o governo federal compre vacinas contra a Covid-19, chamando-os de idiotas e dizendo que só poderia comprar imunizantes "na casa da tua mãe".
"Agora o grande desafio é a vacinação em massa, porque na saúde nós precisamos avançar rapidamente para não derrubar a economia brasileira de novo. Além da dimensão humana da tragédia das famílias, tem o perigo de você derrubar a economia de novo, aí você agudiza todo o problema brasileiro", disse Guedes a jornalistas.
Falando ao lado do relator da PEC Emergencial na Câmara, deputado Daniel Freitas (PSL-SC), com quem esteve reunido, o ministro também ressaltou a importância de a liberação para o pagamento de novas parcelas do auxílio emergencial vir no âmbito de um novo marco fiscal, e disse que a questão está bem encaminhada no Congresso. A PEC foi aprovada em dois turnos no Senado esta semana e está prevista para ir à votação no plenário da Câmara na próxima quarta-feira.
(Por Gabriel Ponte)