Investing.com - O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou ao palco principal do Fórum de Investimentos Brasil e reforçou a visão de privatização e disse querer acelerar o ritmo de vendas de estatais, além de defender a reforma tributária e administrativa.
Ao defender a venda de estatais, Guedes reforçou o discurso de aumentar o ritmo de privatizações em 2020. “Não estamos satisfeitos com o ritmo atual”, disse o ministro para a plateia de investidores em evento organizado pelo governo federal nesta quinta-feira e sexta-feira em São Paulo (SP).
Guedes voltou a usar a expressão “fast track” para se referir a um sistema de aceleração do ritmo de privatização, sem, novamente, detalhar quais serão os próximos passos.
Nas contas do governo, o país já levantou US$ 23,5 bilhões em privatizações em 2019, acima da meta de US$ 20 bilhões para o ano.
No final de agosto, o governo anunciou uma lista com 17 estatais que planeja vender, entre elas a Casa da Moeda, Ceagesp, EBC, Telebras, Correios, Eletrobras (SA:ELET3) e Lotex. A autorização para venda, contudo, precisa ser aprovada pelo Congresso.
Hoje, durante leilão de blocos de petróleo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o projeto de privatização da Eletrobras (SA:ELET3) será enviado ainda neste mês para o Congresso.
Reformas administrativa e tributária na pauta
Guedes disse que o governo vai apresentar a proposta de IVA Dual para unir com a reforma tributária que está tramitando na Câmara. Esse modelo prevê uma reforma em três etapas com a simplificação de tributos da União, depois estados e municípios e, por fim, unificação das três esferas.
“O governo perturba tanto que o contribuinte arruma uma forma de pagar menos”, brincou Guedes.
Além da reforma tributária, o governo deverá meter a mão em um outro vespeiro: reforma administrativa, com redução de salários iniciais de servidores e reestruturação de carreiras. “A máquina gasta muito e mal, já que gasta com ela mesma”, avaliou ao comentar que empresas de serviço como saneamento aumentaram tarifas para pagar salários.
Guedes renovou as críticas à promoção e progressão dos servidores públicos, que atingem rapidamente o topo da carreira e não têm incentivos para prestar um trabalho melhor. Essa reforma deverá ser apresentada logo após a aprovação da Previdência pelo Senado.