O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 6ª feira (20.out.2023) que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre indicações de nomes para substituir os diretores do BC (Banco Central) Maurício Moura (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos). Os mandatos dos 2 na autarquia se encerram em 31 de dezembro de 2023.
A definição dos novos nomes sairá em breve, de acordo com Haddad. “Deveremos tomar uma decisão nos próximos dias”, disse em entrevista a jornalistas, em São Paulo.
DIÁLOGO COM BC
O titular da Fazenda afirmou que está em “diálogo permanente” com a autoridade monetária e que o início do novo ciclo de cortes da Selic –a taxa básica de juros, hoje em 12,75%– se deu “à luz dessa interação”.
“Temos uma relação institucional desde o começo do ano que nunca foi abalada e nós trocamos informação o tempo todo”, afirmou.
Haddad também disse que críticos ao Banco Central pelo corte de 0,5 ponto percentual em agosto “têm que rever” a posição. “De fato, ali era o último momento que nós tínhamos para começar o ciclo de cortes. Estava muito apertada a política monetária, sobretudo em virtude do endividamento das empresas”, ponderou.
O governo tem criticado desde janeiro o presidente do BC, Roberto Campos Neto, pela taxa Selic elevada. A autarquia diz que as decisões não são políticas e que é preciso respeitar a autoridade monetária.
Campos Neto defende que a inflação descontrolada é um imposto perverso e que uma queda precoce da Selic seria pior para o país. Em agosto, o presidente da autoridade monetária foi responsável por dar o voto decisivo.
Foram 5 votos a favor da queda mais agressiva, enquanto 4 diretores queriam baixa mais conservadora, de 0,25 p.p.