O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a equipe ministerial, realizada nesta terça-feira, 28, no Palácio do Alvorada, tratou do novo valor do teto de juros cobrado no empréstimo consignado a beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ideia era municiar o ministro da Previdência, Carlos Lupi, com argumentos e orientações do governo antes da reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), marcada para hoje, às 14 horas, que definirá a nova taxa.
"O ministro Lupi saiu com orientações do presidente para levar a posição do governo para Conselho, que hoje a partir de 14h vai definir nova taxa", disse Haddad aos jornalistas. "Levamos tabelas, levamos uma longa explicação sobre o que aconteceu com crédito consignado desde a última decisão e eu penso que o ministro está bem municiado de argumentos para calibrar a taxa e permitir tanto para aposentado acesso à crédito e a garantia de que é um crédito mais barato do que vem sendo praticado agora", emendou. Ele evitou comentar sobre valores para nova taxa.
Ontem, como mostrou o Estadão, o governo não conseguiu chegar a um acordo para aumentar o limite da taxa de juros do crédito consignado a aposentados e pensionistas cadastrados no INSS. O acordo foi inviabilizado por causa do número final da taxa de juros a ser apresentado. A Previdência é defensora de que o limite dos juros se mantenha o mais próximo dos atuais 1,7% ao mês, enquanto outras áreas do governo julgam ser necessário que a taxa beire os 2%.
O CNPS decidiu há duas semanas baixar o teto de juros cobrados no empréstimo consignado. Lupi anunciou a redução do teto dos atuais 2,14% ao mês para 1,70% para aposentados e pensionistas. A decisão foi tomada por 12 votos a 3.
Dias após a decisão, os bancos começaram a suspender temporariamente a concessão de crédito consignado. Na última sexta-feira, 17, a Caixa e o Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) também entraram na rodada e suspenderam as ações. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alegou que os novos limites de juros para empréstimos consignados não são suficientes para cobrir todos os custos envolvidos e podem levar a uma redução na oferta de crédito.