(Reuters) - O Brasil poderá crescer mais de 3% neste ano e 2,5% em 2024, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira, ao defender que o Banco Central “precisa fazer o trabalho dele” no ciclo de cortes da taxa básica de juros.
Em entrevista a jornalistas em Berlim, Haddad afirmou que o PIB brasileiro no terceiro trimestre surpreendeu positivamente, mas enfatizou o nível elevado dos juros neste ano no país.
O ministro argumentou que a taxa real de juros atingiu seu patamar mais alto no meio do ano, período classificado por ele como "o pior momento".
“O Banco Central começou a cortar a taxa de juros só em agosto, então nós tivemos um PIB positivo, mas fraco”, disse.
"Com os cortes nas taxas de juros, nós esperamos que esse ano nós fechemos o PIB em mais de 3% de crescimento e esperamos um crescimento na faixa de 2,5% no ano que vem, mas o Banco Central precisa fazer o trabalho dele", acrescentou.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou nesta terça-feira que o PIB do Brasil cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2023, acima do esperado, e manteve-se em território positivo depois de um primeiro semestre forte.
A desaceleração vem sendo atribuída aos efeitos defasados do aperto monetário promovido pelo BC com o intuito de levar a inflação do país à meta. A autarquia começou a cortar em agosto a taxa Selic, que está atualmente em 12,25% ao ano, ainda em campo restritivo.
(Por Bernardo Caram, em Brasília)