Haddad reconhece demora na elaboração do pacote fiscal

Publicado 07.01.2025, 15:34
Atualizado 07.01.2025, 15:40
© Reuters Haddad reconhece demora na elaboração do pacote fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que houve uma demora na elaboração do pacote fiscal de corte de gastos. Segundo ele, o período de análise “excessivo” das medidas causou frustração.

“Talvez o tempo de maturação das medidas tenha sido excessivo e tenha gerado expectativas que podem ter sido frustradas. É o que eu ouço”, afirmou em entrevista ao canal de notícias GloboNews nesta 3ª feira (7.jan.2024).

O pacote fiscal foi recebido com desconfiança por agentes financeiros, que consideraram as propostas insuficientes para controlar o gasto público. Uma das consequências do temor fiscal foi a alta no dólar.

Haddad disse que anunciar o pacote junto com o início da reforma do Imposto de Renda foi um outro ponto de impasse. No fim de 2024, ele culpou o vazamento da informação pela imprensa como uma das razões pela má aceitação do pacote.

Ao divulgar a revisão de despesas, ele aproveitou a situação para afirmar que o governo quer emplacar isenção a quem recebe até R$ 5.000 por mês –mas só em 2026.

Na mesma entrevista à GloboNews, o ministro também afirmou haver um impasse na comunicação do governo. Ele pediu um discurso mais “coeso” entre todas as equipes.

“Precisamos ter uma coesão maior em relação ao discurso porque o momento exige mais de nós, sobretudo do ponto de vista de não titubear em relação a determinados princípios e resultados”, declarou.

Durante as discussões sobre a revisão de gastos, ministros de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se posicionaram contra as medidas. Houve uma discordância interna, ou seja, uma falta de coesão. O presidente teve que se reunir com vários dos nomes da Esplanada até que todos fossem convencidos.

Um dos impasses de comunicação do governo envolveu o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Ele antecipou parte das iniciativas antes da divulgação oficial por Haddad.

O PACOTE DE HADDAD

O governo federal enviou uma série de medidas para o Congresso com a tentativa de frear o crescimento dos gastos públicos. A maioria já passou pelo crivo dos deputados e senadores. Falta passar só o projeto que muda as regras para aposentadoria dos militares.

O anúncio das medidas foi realizado por Haddad em um pronunciamento nos canais de TV e rádio. Junto, ele abriu os debates sobre a reforma da renda.

Assista (7min 31s):

Muitas das iniciativas foram desidratadas no Congresso em relação ao que o governo queria. Um exemplo é em relação às mudanças no BPC (Benefício de Prestação Continuada).

A Fazenda estima perder R$ 6,3 bilhões pelas mudanças dos deputados e senadores. Ocorre que a Fazenda também passou a projetar um incremento de R$ 4,2 bilhões de alívio por causa da revisão do PIB (Produto Interno Bruto) de 2023, por causa do impacto no salário mínimo.

No final, os cálculos do governo mostram um saldo negativo de R$ 2,1 bilhões. Entenda mais nesta reportagem.

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