Por Andrew Chung e Lawrence Hurley e Patricia Zengerle
WASHINGTON (Reuters) - Indicada à Suprema Corte dos Estados Unidos, Amy Coney Barrett enfrentará nesta terça-feira o primeiro de dois dias de questionamento direto de senadores, e os democratas tentam argumentar que sua confirmação ameaçaria o acesso à saúde de milhões de norte-americanos.
A audiência do Comitê Judiciário do Senado oferece a Barrett uma chance de responder aos parlamentares democratas que se uniram em sua oposição ao seu nome principalmente por causa do que dizem que seria seu papel na supressão da lei de saúde conhecida como Obamacare e sua proteção para pacientes com doenças preexistentes.
"Acredito que americanos de todas as origens merecem uma Suprema Corte independente que interpreta nossa Constituição e leis tal como estão escritas", disse ela na segunda-feira durante as argumentações iniciais da audiência.
Indicada ao tribunal pelo presidente republicano Donald Trump no mês passado após a morte da juíza progressista Ruth Bader Ginsburg, Barrett acrescentou que as cortes não foram concebidas para resolver todos os problemas da vida pública. "O público não deveria esperar que as cortes o façam, e as cortes não deveriam tentar".
Barrett pode estar na Suprema Corte para os argumentos de 10 de novembro de um caso no qual Trump e Estados liderados por republicanos tentam invalidar a Lei de Cuidados Acessíveis de 2010, grande conquista doméstica do ex-presidente Barack Obama que permitiu que milhões de cidadãos tenham cobertura de saúde.
Os republicanos têm uma maioria de 53 a 47 no Senado, e por isso os democratas têm pouca ou nenhuma chance de impedir a confirmação de Barrett.