DUBAI (Reuters) - O presidente do Irã, Hassan Rouhani, ameaçou nesta quarta-feira tomar uma "reação esmagadora" se os Estados Unidos forem adiante com os planos de prorrogar um embargo ao comércio iraniano de armas convencionais que a Organização das Nações Unidas (ONU) deve revogar ainda neste ano.
Conforme o acordo acertado pelo Irã com potências mundiais para aceitar limites ao seu programa nuclear em troca da suspensão de sanções, o embargo de armas da ONU deve terminar em outubro. Os EUA, que se retiraram do acordo em 2018, dizem que querem renovar o embargo.
Em um discurso feito nesta quarta-feira, Rouhani repetiu uma crítica antiga de seu país à decisão dos EUA de abandonar o pacto, a qual ele classificou como um "erro idiota".
"Se a América quiser voltar ao acordo, deveria suspender todas as sanções a Teerã e compensar a readoção de sanções", disse Rouhani, um pragmático cuja retórica em relação aos EUA é frequentemente mais moderada do que aquela de algumas autoridades religiosas. "O Irã terá uma reação esmagadora se o embargo de armas a Teerã for prorrogado".
O Irã vem reduzindo gradualmente seus compromissos com o acordo em reação à decisão norte-americana de abandoná-lo, mas diz que quer manter o pacto em vigor. O regime critica os signatários europeus do acordo por não o salvarem blindando sua economia das sanções dos EUA.
"As etapas nucleares do Irã são reversíveis se as outras partes do acordo cumprirem suas obrigações e preservarem os interesses de Teerã conforme o pacto", disse Rouhani.