ROMA (Reuters) - O governo italiano aprovou nesta segunda-feira um imposto de 40% sobre o lucro extra de bancos em 2023, e os recursos gerados para o Tesouro serão usados para ajudar os portadores de hipotecas e reduzir impostos, disse o vice-primeiro-ministro.
“Basta que alguém olhe para o lucro dos bancos no primeiro semestre de 2023, também resultado do aumento de taxas de juros do Banco Central Europeu, para se dar conta de que não estamos falando de alguns milhões, mas de bilhões”, disse o vice-premiê e também ministro da Infraestrutura, Matteo Salvini.
“Se o custo do dinheiro para famílias e empresas aumentou ou dobrou, não dobrou o que foi dado aos depositários da conta corrente”, afirmou Salvini, acrescentando que há uma grande diferença entre as taxas de juros cobradas nos financiamentos e empréstimos daquela concedida como rendimento aos que possuem recursos nas instituições financeiras.
Salvini afirmou que a taxa de 40% nos lucros extras dos bancos vai arrecadar vários bilhões de euros e que ajudará a diminuir a carga tributária, produzir redução de impostos e oferecer suporte financeiro aos clientes que estão financiando a primeira casa própria.
A Reuters foi a primeira a noticiar, em abril, que o Tesouro estava trabalhando na proposta para que bancos financiassem medidas de alívio financeiro a famílias com dificuldade diante do crescente aumento do custo de vida.
O ministro da Economia negou os planos em junho, mas disse que as instituições financeiras precisavam ter flexibilidade suficiente nas taxas de juros cobradas e concedidas de clientes e poupadores, respectivamente.
O governo italiano, incluindo a primeira-ministra Giorgia Meloni, tem criticado repetidamente o BCE (Banco Central Europeu) sobre a elevação da taxa básica de juros.
(Reportagem de Angelo Amante e Federico Maccioni)