Por Giuseppe Fonte
ROMA (Reuters) - A Itália acredita que o fundo de resgate da zona do euro deve ser implantado sem restrições dentro do bloco para enfrentar as consequências econômicas da epidemia de coronavírus, afirmou nesta terça-feira seu vice-ministro da Economia.
A Itália sofre boa parte do impacto do surto na Europa, e Antonio Misiani disse à Reuters que não deve haver condições para usar o fundo para combatê-lo - potencialmente colocando Roma em desacordo com os países mais ricos da zona do euro e alguns parlamentares de Roma.
Nesta terça-feira, os ministros das Finanças da zona do euro devem discutir propostas da Comissão Europeia para implantar o fundo, que tem 410 bilhões de euros em poder de empréstimo não utilizado.
"A única condicionalidade aceitável é a de usar os recursos do fundo ESM para gerenciar as emergências sanitárias e econômicas", disse Misiani, membro do Partido Democrata, de centro-esquerda, parte da coalizão italiana.
Isso confirmou comentários anteriores de uma fonte do governo italiano.
Em uma tentativa de impedir que uma quebra financeira induzida pela pandemia destrua a economia da zona do euro, o Banco Central Europeu lançou na semana passada um programa de compra de títulos emergencial de 750 bilhões de euros e disse que está pronto para fazer mais, se necessário.
O fundo poderia desbloquear compras ilimitadas de títulos soberanos do BCE por meio do programa de Transações Monetárias Completas.
Para fornecer o crédito, o fundo precisaria tomar emprestado no mercado por meio do que os funcionários chamam de "coronabonds", para deixar claro que o dinheiro arrecadado com a operação será apenas para combater os efeitos da epidemia.