TÓQUIO (Reuters) - O governo do Japão está considerando um pacote de estímulo fiscal que vale aproximadamente 10% da produção econômica anual para combater o impacto do surto de coronavírus, informou o jornal Nikkei nesta quarta-feira.
O pacote, que vale mais de 56 trilhões de ienes (503 bilhões de dólares), incluirá pagamentos em dinheiro para famílias que viram sua renda cair devido à epidemia, informou o jornal sem citar fontes.
Esse tamanho de estímulo colocaria o Japão em linha com as intervenções de outros grandes países desenvolvidos para conter o choque da crise da saúde que fechou lojas e escritórios, isolou populações nacionais e levou as cadeias de suprimentos perto do ponto de ruptura.
Os pagamentos em dinheiro podem começar já em maio, com o governo considerando oferecer a cada família elegível até 300 mil ienes, disse o Nikkei.
O governo compilou um pacote de estímulo de 26 trilhões de ienes em dezembro passado para lidar com o impacto da guerra comercial EUA-China na economia japonesa, dependente de exportação.
Como grande parte disso ainda não foi gasta, o governo desviará parte para as medidas contra o coronavírus e fornecerá fundos adicionais de até mais de 56 trilhões de ienes, disse o jornal.
Um orçamento suplementar para financiar o novo pacote será aprovado pelo gabinete no início de abril e enviado ao Parlamento, com o objetivo de aprovação no final desse mês, segundo o Nikkei.
Fontes disseram à Reuters que o governo está trabalhando em um pacote de estímulo no valor de 30 trilhões de ienes em resposta à epidemia, incluindo gastos fiscais diretos superiores a 15 trilhões de ienes.
Proibições de viagens em todo o mundo e cancelamentos de eventos, incluindo a Olimpíada de Tóquio, aplicaram tensões adicionais sobre a economia do Japão, que já estava à beira da recessão.
Enquanto o governo almeja grandes gastos, o Banco do Japão também está pronto para expandir o estímulo pelo segundo mês consecutivo em abril, se a pandemia levar a cortes de empregos e gastos de capital grandes o suficiente para prejudicar as perspectivas de recuperação econômica, dizem fontes. [nL1N2BI0CP]
(Por Leika Kihara)