Por Lindsay Dunsmuir
(Reuters) - O Federal Reserve provavelmente terá que elevar sua taxa de juros para pelo menos 5,4% a fim de conter a inflação alta, com o relatório de empregos de janeiro nos Estados Unidos mostrando que as ações do banco central fizeram pouco para moderar o mercado de trabalho, disse o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, nesta terça-feira.
"Acho que surpreendeu a todos nós", disse Kashkari em entrevista à emissora CNBC, referindo-se a um relatório de empregos forte em janeiro mostrando que mais de meio milhão de empregos foram criados, de acordo com o governo dos EUA.
"Isso me diz que, até agora, não estamos vendo muita marca... no mercado de trabalho... está bastante abafado até agora, então ainda não vi nada para reduzir minha trajetória de juros".
Kashkari, uma das autoridades mais agressivas do Fed em sua avaliação de até onde os juros precisam subir, disse há um mês que previa que a taxa de juros deveria parar em 5,4%.
O chair do Fed, Jerome Powell, falará nesta terça-feira em evento às 14h40 (horário de Brasília).
Na semana passada, o banco central norte-americano elevou os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4,5% a 4,75%. Powell reiterou as expectativas de que o Fed está vendo uma pausa na faixa de 5% a 5,25% como suficientemente restritiva em sua luta contra a inflação alta.
O relatório de empregos de janeiro, no entanto, elevou as expectativas dos investidores depois que a economia dos EUA criou muito mais vagas do que o esperado e a taxa de desemprego caiu para 3,4%, a leitura mais baixa desde 1969.
Na segunda-feira, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que o banco central pode precisar aumentar os custos de empréstimos mais do que o previsto anteriormente, devido aos ganhos inesperadamente fortes de empregos e observou que, embora um aumento de meio ponto percentual na taxa de juros não seja sua preferência, pode ser considerado.
(Reportagem de Lindsay Dunsmuir)