(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira, Dia do Trabalhador, que seu governo estuda conceder uma isenção da cobrança de imposto de renda sobre a participação nos lucros de empregados.
Em discurso no Ato de 1º de Maio das Centrais Sindicais em São Paulo, Lula afirmou que a medida pode ser concretizada no próximo ano, sem fornecer detalhes.
"Os trabalhadores se preparem, porque a pedido das centrais sindicais, nós começamos a estudar: se o patrão não paga imposto de renda sobre o lucro, se o patrão não paga imposto de renda sobre os dividendos que ele recebe, por que os trabalhadores têm que pagar imposto no PLR?", questionou o presidente que iniciou sua vida política no movimento sindical.
"Nós estamos estudando, quem, sabe para o próximo ano, da mesma forma que um patrão que ganha milhões não paga sobre o lucro, o trabalhador não pode pagar imposto de renda sobre a participação dele no lucro da empresa."
O presidente também comentou a recentemente anunciada decisão do governo de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física, que passa de 1.903 reais para 2.640 reais, reforçando a promessa de ampliar a faixa para 5 mil reais até o fim de seu mandato.
Lula lembrou ainda do novo valor do salário mínimo, em 1.320 reais, fixado por medida provisória que passa a vigorar nesta segunda-feira. Também reafirmou que encaminhará ao Congresso um projeto de lei estabelecendo nova dinâmica de reajuste real do salário mínimo de forma permanente.
A tradicional participação de Lula no evento sindical em comemoração ao 1º de Maio contrasta com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro em um dos maiores eventos do setor agropecuário, grupo que apoiou Bolsonaro em peso nas eleições de 2018.
(Texto de Maria Carolina Marcello)