(Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que espera que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma tributária, aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados na última sexta-feira, seja aprovada pelo Congresso até o final do ano.
"Foi uma semana importante para o Brasil. Espero que o Senado repita a votação da Câmara e espero que a gente chegue no fim do ano com uma política tributária nova", disse Lula durante live semanal nas suas redes sociais.
O presidente já havia se referido na semana passada à aprovação da reforma na Câmara como um "momento histórico" e afirmou que, apesar de não ser o texto ideal para a equipe econômica do governo, foi o "possível" de se construir.
Na segunda-feira, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que o Executivo trabalha para definir o relator da reforma no Senado e que os nomes dos senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Eduardo Braga (MDB-AM) estão entre os cotados.
Nesta terça, em entrevista a jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Senado tem "o papel de dar uma limada no texto, deixar ele mais redondo, mais leve, com menos exceções".
"Penso que tem um trabalho a ser feito de aparar o texto, e deixar ele mais redondo", afirmou.
Em sua live, Lula ainda voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por manter a taxa Selic no patamar de 13,75%, chamando-o de "teimoso", mas disse acreditar que os juros "logo logo" vão começar a baixar.
"As pessoas estão ficando mais otimistas. A inflação está caindo e logo logo vai começar a baixar a taxa de juros, porque o presidente do Banco Central é teimoso, é tinhoso, mas não tem mais explicação", disse.
Na ata de sua última reunião de política monetária em junho, o Banco Central sinalizou que a maioria dos membros do seu Comitê de Política Monetária (Copom) vê a possibilidade de iniciar um afrouxamento monetário "parcimonioso" em agosto, desde que um cenário de inflação mais benigno se consolide.
Lula disse ainda durante a transmissão que o governo apresentará um plano de combate ao desmatamento e crimes ambientais, afirmando que pretende "jogar duro" contra atividades ilegais na Amazônia e envolver diversos ministérios e forças de segurança.
"Nós vamos jogar muito duro. Vai ser a primeira vez que a gente vai apresentar ao Brasil um plano de enfrentamento e contenção do crescimento da bandidagem e do desmatamento na Amazônia... Quem fizer ilegal, vai ser punido", disse.
Lula também afirmou que está juntando países do Sul global que têm florestas tropicais para criar poder de negociação com países desenvolvidos e cobrar o dinheiro que prometeram para ajudar a preservar o meio ambiente.
(Por Fernando CardosoEdição de Eduardo Simões)