BRASÍLIA (Reuters) - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, devem se reunir para debater sobre as indicações à diretoria do Banco Central quando Lula voltar de sua viagem à Europa.
"O ministro Fernando Haddad ainda deve discutir com o presidente Lula. O presidente Lula volta de Portugal para definir os nomes. Eu tenho certeza absoluta que, vindo dessa dupla, nós só podemos esperar nomes muito qualificados tecnicamente e que têm um compromisso com essa combinação de responsabilidade social e responsabilidade fiscal que nós precisamos", disse Padilha em entrevista a jornalistas na Fazenda após se reunir com Haddad.
Anteriormente, três fontes com conhecimento do assunto disseram à Reuters que Lula havia aprovado as indicações de Rodolfo Fróes para o cargo de diretor de Política Monetária e de Rodrigo Monteiro para a área de Fiscalização. No entanto, após o vazamento dos nomes o debate no governo sobre as indicações retrocedeu por conta de críticas internas e do mercado.
Mais cedo neste mês, Lula disse que os nomes que indicará para diretorias do BC serão de pessoas que defendem os interesses do governo.
CPMI e Marco fiscal
O ministro das Relações Institucionais também afirmou, nesta segunda-feira, que a possível abertura de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) não irá prejudicar o andamento das propostas do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária no Congresso Nacional e reiterou que o calendário da tramitação das medidas nas Casa está mantido.
"(A criação da CPMI), na nossa opinião, é um debate político dentro do Congresso, mas ele não vai atrapalhar o calendário de votação do marco fiscal. No dia 10 de maio deve ser apresentado o relatório do marco fiscal na Câmara e no dia 19 de maio, o da reforma tributária. São dois temas econômicos centrais para o governo que continuam com seu calendário mantido e bom andamento na Câmara e no Senado", disse.
Padilha ressaltou sua fala de mais cedo de que, caso aberta, a CPMI não vai atrapalhar as investigações que já estão em curso na Polícia Federal, Ministério da Justiça, Advocacia-Geral da União e na Controladoria Geral da União.
(Por Victor Borges)