Por Elizabeth Pineau e Leigh Thomas
PARIS (Reuters) - O governo do presidente francês Emmanuel Macron tenta reviver sua campanha de reforma econômica e obter uma grande vitória política nesta semana com o lançamento da reforma do sistema previdenciário diante da veemente oposição sindical.
A primeira-ministra Elisabeth Borne deve detalhar na terça-feira os planos que devem aumentar o tempo de trabalho dos franceses, provavelmente subindo a idade de aposentadoria para 64 ou 65, dos 62 atuais.
Com uma das idades de aposentadoria mais baixas do mundo industrializado, a França também gasta mais do que a maioria dos outros países em pensões, quase 14% da produção econômica, de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
A passagem da reforma pelo parlamento não será fácil. Macron carece de uma maioria funcional e precisará conquistar várias dezenas de legisladores conservadores ou usar seus poderes constitucionais para contornar a assembleia, o que enfureceria a oposição e agravaria ainda mais a opinião pública.
A reforma da previdência na França, onde o direito de se aposentar com pensão completa aos 62 anos é profundamente valorizado, é sempre uma questão altamente delicada, e ainda mais agora com o maior descontentamento social por causa do aumento do custo de vida.
O governo diz que a reforma é necessária para manter as finanças do sistema previdenciário fora do vermelho nos próximos anos, mas um sucesso também pode ser um divisor de águas para Macron depois que ele perdeu o controle do parlamento no ano passado.
(Por Elizabeth Pineau e Leigh Thomas; Reportagem adicional de Caroline Pailliez; escrito por Leigh Thomas)