PARIS (Reuters) - O presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu manter Elisabeth Borne no cargo de primeira-ministra, informou uma autoridade do gabinete presidencial nesta segunda-feira, rejeitando a pressão para dar uma nova direção ao seu governo após alguns meses tumultuados.
Meses de agitação e greves devido à reforma da Previdência de Macron, bem como cinco dias de tumultos e saques em cidades francesas este mês, têm alimentado pedidos de reorganização entre oponentes políticos e alguns membros do governo.
No entanto, sem um candidato claro para substituir Borne, uma ex-tecnocrata que críticos dizem não ter carisma, mas que apoiadores afirmam que já cumpriu muitas das promessas de campanha de Macron, o líder francês decidiu mantê-la no comando do gabinete.
"Para garantir a estabilidade e um trabalho aprofundado, o presidente decidiu manter a primeira-ministra", disse o gabinete de Macron.
O presidente também fornecerá "até o final da semana" pistas sobre seus planos para os próximos meses, disse a autoridade.
A mídia francesa noticiou que Borne estava trabalhando em "ajustes", o que indica que pode haver apenas uma remodelação técnica em andamento que não resultaria em mudanças nos principais ministérios, como o Ministério das Finanças.
Rumores de uma possível reorganização do governo circularam após a onda repentina de tumultos, desencadeada pela morte de um adolescente pela polícia, representando a Macron uma das maiores crises de sua liderança até o momento.
Uma fonte próxima a Macron disse à Reuters que mudar a primeira-ministra agora não fazia sentido, uma vez que o governo minoritário de Macron não conseguiu fechar um acordo com possíveis aliados conservadores de direita no Parlamento.
(Reportagem de Liu Zhifan e Dominique Vidalon)